ATA DA SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA  DA  QUARTA  SESSÃO  LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 04-3-2004.

 


Aos quatro dias do mês de março de dois mil e quatro, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi efetuada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Cláudio Sebenelo, Elói Guimarães, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Batista Pirulito, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Maria Celeste, Raul Carrion, Renato Guimarães e Zé Valdir. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Almerindo Filho, Antonio Losada, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Darci Campani, Dr. Goulart, Elias Vidal, Ervino Besson, Isaac Ainhorn, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo e Wilton Araújo. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador João Carlos Nedel, os Pedidos de Providências nos 332, 333, 334, 335, 336, 337, 338, 339, 340, 341, 342, 343, 344, 345, 346, 347, 348, 349, 350, 351, 352 e 353/04 (Processos nos 1067, 1068, 1070, 1076, 1077, 1078, 1079, 1080, 1082, 1084, 1085, 1086, 1087, 1088, 1090, 1092, 1093, 1094, 1096, 1097, 1098 e 1099/04, respectivamente); pelo Vereador Ervino Besson, o Pedido de Informações nº 035/04 (Processo nº 1142/04); pelo Vereador Wilton Araújo, o Projeto de Lei do Legislativo nº 041/04 (Processo nº 0941/04). Do EXPEDIENTE constaram os Ofícios nos 0228, 0399, 0480, 0570, 0607, 0647, 0856 e 1025/04, do Senhor Reginaldo Muniz Barreto, Diretor-Executivo do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. A seguir, foi apregoado Requerimento do Vereador Carlos Pestana, Líder da Bancada do PT, solicitando, nos termos do artigo 218, § 6º, do Regimento, Licença para Tratamento de Saúde para a Vereadora Maristela Maffei, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Antonio Losada, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Constituição e Justiça. Na ocasião, foram apregoadas Declarações firmadas pelo Vereador Carlos Pestana, Líder da Bancada do PT, informando o impedimento dos Suplentes Juberlei Bacelo e Berna Menezes em assumirem a vereança em substituição à Vereadora Maristela Maffei, no dia de hoje. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Joel Orestes Brasil Soares, Diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde, Trabalho e Previdência no Rio Grande do Sul – SINDISPREV - RS, que registrou a constituição, pelo Sindicato que representa e por entidades da sociedade civil, do Comitê Contra o Aumento das Passagens, o qual objetiva uma maior discussão sobre a temática do transporte coletivo com toda a sociedade porto-alegrense. Nesse sentido, lamentou  a possibilidade  de  concessão,  pelo Executivo  Municipal, de  aumento no valor das passagens de ônibus em Porto Alegre. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Haroldo de Souza, Zé Valdir, Raul Carrion e João Antonio Dib manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Zé Valdir leu trechos de reportagem publicada no jornal Folha de São Paulo no dia quinze de fevereiro do corrente, intitulada “Mídia nacional acumula dívida de R$ 10 bi”. Sobre o assunto, destacou valores de endividamento do Grupo RBS – Rede Brasil Sul de Comunicações, declarando serem esses valores resultado de investimentos econômicos efetuados por essa empresa durante a segunda metade da década de mil novecentos e noventa. O Vereador Aldacir Oliboni saudou a implantação, pelo Executivo Municipal, do Projeto “Saúde Porto Alegre”, discorrendo sobre obras realizadas pela Prefeitura Municipal para melhoria do serviço de saúde pública oferecido aos porto-alegrenses. Ainda, salientou que a gestão municipal do Partido dos Trabalhadores objetiva um atendimento integral de saúde, com serviços que garantam não o adiamento ou transferência do problema, mas a solução efetiva das dificuldades trazidas pelo cidadão. O Vereador Beto Moesch registrou a presença da Senhora Kátia Vasconcelos, Presidenta do Núcleo Amigos da Terra Brasil. Também, comentou a liberação ao público, em dezembro de dois mil e três, de praias do Bairro Belém Novo, as quais foram interditadas no corrente mês, lamentando manifestações do Senhor Dieter Wartchow, Secretário Municipal do Meio Ambiente, em resposta a questionamentos de Sua Excelência sobre a balneabilidade do Lago Guaíba. O Vereador João Batista Pirulito elogiou o trabalho realizado pelo Deputado Federal Beto Albuquerque no Congresso Nacional, mencionado pesquisa divulgada pela imprensa, segundo a qual esse político seria o parlamentar gaúcho mais assíduo da Câmara dos Deputados. Finalizando, declarou seu interesse em concorrer às eleições municipais deste ano, ressaltando que pretende realizar nesta Casa um trabalho voltado às comunidades mais carentes da Cidade. O Vereador Carlos Pestana citou estudo publicado no jornal Folha de São Paulo do dia vinte e nove de fevereiro do corrente, intitulado “Belém lidera ranking de déficit habitacional”, no qual Porto Alegre aparece como a cidade com a mais baixa carência habitacional do País. Também, leu trechos de reportagem publicada na edição de hoje desse jornal, intitulada “Porto Alegre se revigora”, relativa aos índices de desenvolvimento humano apresentados pelo Município. Na oportunidade, por solicitação do Vereador Pedro Américo Leal, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao Senhor Favorino Bastos Mércio, ex-Ministro do Tribunal de Contas de Porto Alegre, falecido no dia vinte e um de fevereiro do corrente. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Elói Guimarães questionou os reais objetivos da Medida Provisória n° 168/04, do Governo Federal, que proíbe a exploração de todas as modalidades de jogos de bingo e jogos em máquinas eletrônicas denominadas "caça-níqueis", independentemente de seus nomes de  fantasia. Nesse sentido, alertou para a importância das empresas desse segmento em termos de mercado de trabalho e obtenção de recursos para entidades esportivas e sociais. Após, o Vereador João Bosco Vaz manifestou-se, formulando questionamentos acerca do artigo 142, VII, do Regimento. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Ervino Besson destacou o significado para a cultura gaúcha da XX Cavalgada do Mar, realizada no Estado, de treze a vinte e um de fevereiro do corrente. Ainda, parabenizou a Brigada Militar pelo trabalho efetuado durante o veraneio de dois mil e quatro, reportou-se ao tema “Fraternidade e água”, objeto da Campanha da Fraternidade desse ano, e registrou o transcurso, ontem, do aniversário do Senhor Adroaldo Bueno, jornalista deste Legislativo. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Raul Carrion lamentou pronunciamentos efetuados pelo Senador Almeida Lima, nos dias um e dois de março do corrente, a respeito de denúncias de recebimento de propina pelo ex-Assessor do Governo Federal, Waldomiro Diniz. Também, comentou dificuldades vivenciadas por famílias carentes que ocuparam área na Rua Atílio Supertti e saudou decisão do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, de concessão de liminar determinando o pagamento imediato dos salários de mês de fevereiro aos servidores estaduais. O Vereador Pedro Américo Leal citou dados fornecidos pela Organização Internacional do Trabalho - OIT, que analisam a estimativa de crescimento da economia na América Latina nos próximos anos, debatendo problemas sociais verificados no Brasil. Nesse sentido, criticou o Senhor Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente da República, pelo desemprego no País, aludindo à Medida Provisória n° 168/04, a qual proíbe bingos no território nacional, e à Reforma Previdenciária proposta pelo Governo Federal. O Vereador Cláudio Sebenelo mencionou a proposta de transferência da área de ginecologia do Grupo Hospitalar Conceição - GHC - para o Hospital Fêmina, apontando condições contrárias a esta mudança, como a dificuldade de locomoção que a comunidade da Zona Norte da Cidade enfrentará. Em relação ao assunto, externou sua preocupação sobre essa possível alteração, noticiando pedido feito por Sua Excelência ao Senhor João Motta, Presidente do GHC, para vir dialogar sobre a questão nesta Casa. O Vereador Haroldo de Souza referiu-se ao parcelamento da folha de pagamento dos funcionários públicos estaduais, mencionando que esse fato denota dificuldades financeiras enfrentadas pelo Rio Grande do Sul. Nesse contexto, alegou que, quando o Partido do Movimento Democrático Brasileiro – PMDB - assumiu o Governo do Estado, encontrou diversas dificuldades na área financeira, apontando como principal causa gestões anteriores do Partido dos Trabalhadores e também do PMDB. O Vereador Elói Guimarães examinou o caso de envolvimento com corrupção do Senhor Waldomiro Diniz, lamentando a Medida Provisória nº 168/04, a qual, segundo Sua Excelência, prejudicou funcionários de bingos. Em relação ao assunto, criticou a decisão do Presidente da República de criar essa Medida Provisória, alegando que essas  atividades geram muitos empregos por todo o  País  e  citando exemplos de bingos e cassinos da cidade de Rivera, no Uruguai, os quais empregam um grande número de pessoas. O Vereador Carlos Pestana reafirmou as diretrizes políticas do Partido dos Trabalhadores em relação à conduta governamental em situações de dificuldades financeiras, alegando que o Partido prioriza manter o salário dos funcionários  públicos  em dia. Ainda, contraditou o pronunciamento do Vereador Cláudio Sebenelo, em Comunicação de Líder da presente Sessão, justificando que o Governo do Estado do Rio Grande do Sul reduziu verbas disponíveis para a área da saúde dos municípios. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Resolução nos 038/02, discutido pelo Vereador João Carlos Nedel, 010, 011, 016, 017, 018, 024 e 029/04, este discutido pelos Vereadores Renato Guimarães, João Carlos Nedel e Aldacir Oliboni, 030, 034 e 035/04, os Projetos de Lei do Legislativo nos 021, 030 e 032/04, este discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e Renato Guimarães; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 015/03, discutido pelo Vereador Renato Guimarães, os Projetos de Lei do Legislativo nos 010/04, discutido pelo Vereador Zé Valdir, 244/03, 009 e 014/04, os Projetos de Resolução nos 026/04, discutido pelo Vereador Zé Valdir, 001, 007, 009, 033, 037, 043, 044, 045, 046, 047 e 049/04, os Projetos de Lei do Executivo nos 004, 005 e 006/04. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Dr. Goulart parabenizou o pronunciamento do Vereador Cláudio Sebenelo, questionando os critérios utilizados para transferir o serviço de ginecologia clínica e cirúrgica do Grupo Hospitalar Conceição para o Hospital Fêmina. Também, criticou medidas adotadas pelo governo do Partido dos Trabalhadores no Município de Porto Alegre em relação à área da saúde pública. Após, foi apregoado o Ofício nº 111/04 (Processo nº 1175/04), do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, informando que se ausentará do Município das seis horas às vinte e uma horas do dia cinco de março do corrente, quando participará de atividades partidárias do Partido dos Trabalhadores, a serem realizadas em São Paulo - SP. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Reginaldo Pujol posicionou-se contrariamente à possível transferência dos serviços de ginecologia clínica e cirúrgica do Grupo Hospitalar Conceição - GHC - para o Hospital Fêmina, mencionando que o GHC prestou esses serviços para a comunidade por mais de quarenta anos. Também, chamou a atenção para aspectos negativos que essa transferência ocasionaria para as comunidades da Zona Norte de Porto Alegre. O Vereador João Batista Pirulito parabenizou as mulheres pelo transcurso do Dia Internacional da Mulher, comemorado no dia oito de março, saudando, em especial, as Vereadoras desta Casa. Ainda, referiu-se à Senhora Maria Odete Bento, integrante do Partido Socialista Brasileiro, que assumirá o cargo de Conselheira Municipal dos Direitos da Mulher, no dia oito de março do corrente, e saudou a Senhora Rosa Garcia, atual Vice-Presidenta do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher. Às dezesseis horas e quarenta e cinco minutos, constatada a inexistência de quórum para ingresso na Ordem do Dia, a Senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pela Vereadora Margarete Moraes e pelos Vereadores João Carlos Nedel e Elói Guimarães e secretariados pelos Vereadores João Carlos Nedel, Ervino Besson e Luiz Braz. Do que eu, João Carlos Nedel, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pela Senhora Presidenta.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Maristela Maffei solicita Licença para Tratamento de Saúde na data de hoje.

 

(Obs.: Foi apregoado Requerimento de licença da Verª Maristela Maffei e dada a posse ao Suplente, conforme consta na Ata.)

 

Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

O Sr. Joel Orestes Brasil Soares, representando o Sindicato dos Trabalhadores da Saúde, Trabalho e Previdência do Rio Grande do Sul, Sindisprev/RS, está com a palavra para tratar de assunto relativo ao aumento das passagens de ônibus, pelo tempo regimental de 10 minutos.

 

O SR. JOEL ORESTES BRASIL SOARES: Boa-tarde ao Presidente da Mesa dos trabalhos, boa-tarde aos Vereadores e Vereadoras, boa-tarde aos presentes no plenário. Eu quero dizer, desde este momento, que - para nós que representamos o Sindicato dos Trabalhadores da Saúde, Trabalho e Previdência do Estado do Rio Grande do Sul e, particularmente, Porto Alegre - esse tema é de suma importância, porque, na verdade, hoje, grande parte da classe trabalhadora se encontra desempregada, e aqueles que têm emprego têm uma dificuldade imensa em ter uma reposição salarial.

Só para vocês terem um dado, uma base do que estou falando, nós estamos vendo aqui, no Estado do Rio Grande do Sul, os trabalhadores tendo de pedir empréstimos ao final do ano, os trabalhadores do Estado, pedir migalhas, pedir favores para receber os seus salários, quando vemos, com muita surpresa, que os donos das empresas estão entregando para Prefeitura de Porto Alegre um pedido de aumento para as passagens. Sendo, então, que nem a sociedade de Porto Alegre, nem os trabalhadores sequer têm conhecimento dessa situação. E nós, preocupados com isso, representantes de uma classe de trabalhadores, vimos aqui à Câmara pedir esse espaço para que o debate se torne público, porque até agora o que nós vemos é discussão entre o Prefeito e os donos das empresas. E a sociedade, que é quem vai de fato pagar isso, sequer está tomando conhecimento de que a passagem pode passar para um real e 60 centavos ou até um real e 80 centavos. Como eu já falei, não vemos os trabalhadores tendo uma reposição anual, sequer tendo garantia do emprego.

Então, a gente quer trazer esse debate, neste momento, para a Câmara de Vereadores e dizer que a questão do aumento das passagens, a forma de funcionamento, inclusive a concessão do transporte coletivo tem de ser um debate de domínio público, tem de ter um espaço aqui na Câmara para que possamos fazer esse debate, que não pode ser uma situação eventual, de todo ano a gente assistir ao aumento das passagens sem haver um debate na sociedade de Porto Alegre.

Preocupado com isso, o Sindisprev e demais entidades, grêmios estudantis, outras entidades da sociedade civil de Porto Alegre constituíram o Comitê Contra o Aumento das Passagens, porque nós achamos que, em primeiro lugar, tem de haver o debate para depois haver, se houver necessidade, um aumento das passagens. Sendo que, em vários Estados aqui do Brasil, já existe o passe livre para desempregados, inclusive já existe o passe livre para os estudantes. Isso é uma necessidade que acontece aqui em Porto Alegre, porque nós vemos, muitas vezes, até trabalhadores empregados caminhando quilômetros e quilômetros para ir ao trabalho. E isso é impossível acontecer! Isso é um absurdo! É uma exclusão social inclusive, e nós não podemos admitir uma situação como essa! Então, tudo isso que nós estamos colocando tem referência com o assunto colocado hoje, o objetivo desta Tribuna livre.

Na verdade, achamos que o transporte coletivo em Porto Alegre tem de ser melhorado, e muito, apesar de a gente achar que ele já dá um atendimento regular para a sociedade de Porto Alegre, mas ele tem de melhorar mais, que este tema tem de ser de domínio público, não pode ser só do Comtu, não pode ser da Prefeitura e dos empresários, tem de haver envolvimento da sociedade de Porto Alegre, para que, de fato, essa situação  melhore. Quando falamos em transporte coletivo, não devemos falar só no aumento das passagens, devemos falar da qualidade do serviço, devemos falar da segurança dentro do transporte coletivo, inclusive, das garantias sociais dos trabalhadores do transporte coletivo. Tudo isso deve ser  debatido. E, nesse debate, devem estar envolvidos os Parlamentares, a sociedade que utiliza o transporte coletivo, o Prefeito da Cidade, porque, na verdade, não é só dar canetada para resolver o problema do aumento; esse aumento deve envolver também aqueles que votaram para que ele estivesse governando Porto Alegre.

O Sindisprev, envolvido com o Comitê Contra o Aumento das Passagens, está aqui fazendo o debate, trazendo a situação para que os Parlamentares desta Casa possam discutir a questão, socializando o debate, numa solicitação dos donos das empresas e sob o domínio do concessionário, que é o Prefeito. Muitas vezes, o Prefeito recebe a solicitação de aumento hoje e, daí a dois dias, já está dando o aumento a mais do que é solicitado pelos donos das empresas. Achamos isso um absurdo! Por isso, vimos aqui hoje, solicitamos este espaço para fazer o debate, para conversar com os apoiadores da Bancada Governista, para que eles também façam esse debate nas suas bases, porque duvido que alguém que tenha apoiado um Vereador do PT, hoje, esteja satisfeito com o aumento das passagens. Queremos discutir a questão amplamente. Não queremos que seja só do domínio do Prefeito e dos empresários. Por isso, estamos aqui fazendo este debate. Queremos ouvi-los sobre a questão, que é fundamental.

Hoje, muitas vezes, vemos crianças sendo deixadas nas paradas de ônibus, porque existe uma  determinação do dono da empresa para que ele não dê carona para as pessoas. Se elas não têm condições, que vão a pé. É um absurdo que uma criança, um adolescente, deixe de assistir a uma aula por não ter condições de pagar a passagem, muitas vezes, eles já estão à mercê dos traficantes e de aliciadores de menores. Achamos, inclusive, que as pessoas têm de ser, principalmente as crianças e adolescentes, utilizadas para outras coisas, para ganhar qualificação, estudo e não estarem à mercê da marginalidade.

Este debate é fundamental. Estamos aqui para isso. Agradeço este momento que foi colocado aqui para o Sindisprev/RS, para que nós possamos ouvir e debater este tema. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães):  Convidamos o Sr. Joel Orestes Brasil Soares a fazer parte da Mesa.

 

O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente Elói Guimarães, cidadão Joel Orestes Brasil Soares, do Sindisprev/RS, foi belíssima a sua explanação. Recentemente, há uns dois ou três dias, eu ocupei a Tribuna desta Casa para falar exatamente da minha estranheza por não termos um controle aqui das tarifas, do aumento das passagens do transporte coletivo na Cidade de  Porto Alegre. Eu entendo que esta Casa tem de fazer passar por aqui a discussão do transporte coletivo, da tarifa d’água, da energia elétrica, para que, realmente, a sociedade possa debater e mostrar a sua carência. É preciso discutir; não pode ser na base do canetaço, como está se acostumando a fazer. Dão um canetaço e fecham um bingo, dão um canetaço e aumentam as passagens em Porto Alegre. Esse é um assunto muito sério. Eu penso que o cargo de Vereador na Cidade é muito importante, o que considero de extrema importância e de extrema validade, mas desde que, realmente, o Vereador possa ser acionado e utilizado dentro das suas prerrogativas. Há necessidades, sim.

Cumprimentos ao senhor e a todos vocês do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde, Trabalho e Previdência do Rio Grande do Sul. Colocamo-nos à disposição, o PMDB, este Vereador e o Vereador Sebastião Melo, o Líder da Bancada. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães):  O Ver. Zé Valdir está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ZÉ VALDIR:  Eu quero saudar o Joel e dizer que o debate amplo com a sociedade é muito importante, e é importante isso que vocês estão fazendo, levantar o debate junto à sociedade. Quanto ao canetaço, realmente, faltou um canetaço, que é o canetaço do Governador, parcelando salários, mandando pedir empréstimo no Banrisul para pagar o  décimo terceiro salário. Então, vamos parar de fazer proselitismo.

A questão do transporte é uma questão muito séria, porque só há três alternativas: ou nós subsidiamos o transporte coletivo, ou nós encampamos, ou nós fazemos o sistema atual de concessão. Em qualquer dos casos, quem paga a conta é a população, seja diretamente por meio da passagem ou indiretamente por meio do Orçamento; em qualquer dos casos, inclusive as isenções, o passe livre, tudo isso quem paga é a população, diretamente ou indiretamente. O pedido de aumento já foi noticiado nos jornais no dia 14 de fevereiro. Portanto, não é um canetaço. Aliás, ele passa por uma análise do Conselho, um Conselho que é representativo, e, mesmo assim, eu penso que deve haver um amplo debate na sociedade e, quem sabe, uma nova repactuação sobre a questão do transporte coletivo.

Agora, o que nós não podemos permitir é a demagogia, e não é da entidade que falou aqui, mas de alguns quando fazem esse discurso fácil do canetaço, porque nós já vivemos o transporte coletivo com as passagens sendo fixadas pela Câmara de Vereadores, e o próprio autor da Lei que indicou a Câmara de Vereadores como órgão responsável por fixar as passagens depois devolveu para o Executivo, porque não funcionou. Então, vamos com calma com esse andor.

Eu quero dizer, também, que o pedido tem razões que devem ser levantadas, inclusive o aumento dos salários dos profissionais. Aliás, Porto Alegre, das capitais brasileiras, é a que melhor paga os seus funcionários. E, mesmo assim, no transporte coletivo, nós sabemos que há esses problemas todos e outros que não foram levantados aqui; mesmo assim, o transporte coletivo melhorou muito. Nós sabemos o que acontecia com o transporte coletivo há alguns anos. A passagem não barateou, e nós pegávamos o ônibus na Vila e ele quebrava na esquina, porque a frota estava toda sucateada com o dinheiro desviado da frota para outras atividades do empresariado. Isso foi corrigido na Cidade de Porto Alegre, e, mesmo com problemas, nós temos um dos melhores transportes das capitais brasileiras e um dos trabalhadores mais bem pagos; não significa que estejam sendo pagos adequadamente, mas, comparativamente com as outras capitais brasileiras, são  mais bem pagos.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. RAUL CARRION: Em primeiro lugar, a nossa saudação ao companheiro Joel Soares, companheiro de muitas lutas sindicais e comunitárias na Cidade de Porto Alegre, em nome de quem saúdo todos os representantes das entidades sindicais presentes e  do próprio Sindisprev. O tema que o traz aqui é um tema importante, inclusive dados recentes do IBGE indicam que cerca de 50 milhões de brasileiros deslocam-se a pé hoje nas grandes cidades, fruto da incapacidade de poderem pagar os custos do transporte coletivo. E é um círculo vicioso: quanto menos usuários ocupam o transporte coletivo, mais o preço unitário do transporte aumenta, gerando um círculo vicioso negativo. Agora, não há solução fácil para isso.

Antigamente a decisão sobre o preço da passagem era desta Casa, mas chegou o momento em que esta Casa decidiu criar uma Lei, repassando o problema para uma decisão do Executivo, tendo por base uma planilha de custos que então daria o parâmetro para o aumento, seria levado ao Comtu, como é levado ao Conselho de Transporte Urbano de Porto Alegre, onde participam entidades sindicais, participam entidades comunitárias, a UAMPA, os órgãos técnicos, as empresas e assim por diante, por fim, o poder concedente que a Prefeitura determina. Penso que é necessário incidirmos sobre a própria planilha de custos, que, no meu entender, deve ser atualizada, pois o consumo do combustível modifica-se com o passar do tempo, a durabilidade dos pneus amplia-se e muitas vezes a planilha fica defasada.

Outra questão importante que aprovamos no Congresso da Cidade: transformar os insumos do transporte coletivo em insumos da cesta básica, o que daria vantagens tributárias; então, trata-se de uma série de medidas. Há a necessidade de subsídio, como falou o Ver. Zé Valdir, é preciso que o transporte coletivo passe a ter um subsídio; são questões inclusive que serão discutidas no Conselho das Cidades, do qual nós temos a honra de ser o Vereador do Rio Grande do Sul, lá, presente, e levaremos essas preocupações.

Então, em nome da Bancada do PCdoB, sem demagogia, sem falsas soluções, quero dizer às entidades sindicais aqui representadas pelo Joel que nós estamos atentos, o transporte coletivo é um transporte de interesse público que necessita, inclusive, de medidas tributárias e medidas de subsídio, procuraremos construir junto com as entidades. Quanto a esse aumento, eu acho importante que as entidades estejam presentes na reunião do Comtu, que irá dar um parecer técnico sobre o pedido. Muito obrigado pela sua presença, parabéns pela sua vinda neste dia de hoje.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente; meu caro Joel Orestes Brasil Soares, Diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde, Trabalho e Previdência do Rio Grande do Sul, eu passei 35 anos na Prefeitura, desses 35 anos, mais de um terço deles, eu cuidei do transporte coletivo desta Cidade, então nunca vou fazer um discurso demagógico e também não vou ouvir, tranqüilamente, os discursos demagógicos, eu gosto da realidade.

Em primeiro lugar, quero dizer que a Câmara não fixa tarifa, houve um equívoco desta Casa quando quis fixar a tarifa, e, quando a Câmara as fixou, era acima do que o Prefeito de então - que era eu - fixava as tarifas. Os dados estão aí para dizer. Não há problema, não é que a Câmara não tinha técnicos para fazer o trabalho, mas, cada vez que há um reajuste tarifário, a Câmara recebe os estudos feitos, que originaram o reajuste, então é só analisar. Mas há um Conselho de Transporte onde a coletividade se representa, e eu não culpo nunca o Conselho de Transporte por qualquer aumento de tarifa, é uma decisão do Prefeito. Agora, não conheço nenhuma decisão de Prefeito que aumentou mais do que aquilo que foi pedido - sempre menos do que foi pedido - sempre, é rotina.

Agora, também, nesse tempo, mais de uma década que eu passei cuidando de transporte - fui duas vezes Secretário de Transporte -, eu aprendi algumas coisas. O transporte se mantém num tripé: planejamento, fiscalização e tarifa justa. A mais interessante das três condições é a tarifa justa. Se ela for a mais do que a realidade, o usuário é prejudicado; agora, se ela for a menos, o empresário é prejudicado e o usuário outra vez, porque não vai haver transporte. Nós estamos numa Cidade onde, no mês de fevereiro, tivemos dois dias de passe livre, dois dias e um pedaço do outro de passe livre. Nós temos uma série de favores, de pessoas que recebem passe livre, talvez 20% do que se transporta, e hoje se transporta menos do que se fazia há 15 ou 20 anos, por incrível que pareça, nós temos algumas dificuldades.

Portanto, o importante é a tarifa justa, e isso, sim, a Câmara Municipal, por intermédio da sua Comissão de Finanças, quando chegar o processo aqui, poderá fazer - um exame para ver se representa a realidade ou não. Saúde e PAZ!

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Queremos saudar e cumprimentar o Sr. Joel Orestes Brasil Soares, Diretor da Sindisprev/RS, e dizer a V. Sa. que as suas colocações estão, todas elas, devidamente registradas não só na nossa TVCâmara, como de resto na Taquigrafia da Casa, e os dados estão disponíveis. Portanto, receba a nossa saudação pela brilhante manifestação que fez.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O Ver. Wilton Araújo está com a palavra em Comunicações. Ausente. O Ver. Zé Valdir esta com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ZÉ VALDIR: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, finalmente, no dia 15 de fevereiro, véspera do meu aniversário, o jornal Folha de São Paulo deu publicidade à grave crise que vive a mídia brasileira. Várias vezes o Ver. Sebastião Melo nos acusou aqui do Proer da mídia, e eu fui pesquisar e me deparei com essa notícia. Na verdade, não há Proer da mídia, o que existe é uma mídia que foi enganada o tempo todo durante o período neoliberal da era dos Fernandos. Por quê? A mídia brasileira acumulou uma dívida de dez bilhões de reais - a maior crise da história da mídia no Brasil. Em 2002, portanto o último ano do Governo FHC, o prejuízo foi de sete bilhões. A mídia, no geral, teve um decréscimo de Receita de 20%, comparado com o ano de 2000. A Globopar, que é a holding das empresas Globo, tem a maior parte dessa dívida, seis bilhões, cerca de 60% dessa dívida. Entre 2000 e 2002, a circulação de revistas no País caiu de 17,1 milhões para 16,2 milhões de exemplares/ano, e os jornais, de 7,9 milhões  para 7 milhões de exemplares/dia. A partir de meados de 2003, começou uma lenta recuperação. Mas por quê? O importante é nós inquirirmos por que a mídia brasileira, principalmente a Globo, acumulou essa dívida. A RBS, inclusive, está junto aqui. Diz o jornal Folha de São Paulo que (Lê.): “O investimento da telefonia foi uma das causas de endividamento dos Grupos RBS e Estado, de São Paulo. A RBS declara ter 125 milhões de dólares, cerca de 370 milhões, no câmbio atual, de dívida. Estimativas no mercado, porém, calculam que esse montante” - da dívida, da RBS - “atinja 450 milhões.”

Então, essa crise, esse endividamento da mídia brasileira atingiu, inclusive, a nossa RBS aqui no Estado do Rio Grande do Sul. Mas por que houve esse endividamento? Porque acreditaram no modelo neoliberal de Fernando Henrique. Vejam que apostaram no crescimento da economia e apostaram na estabilidade do câmbio. A partir da segunda metade dos anos 90, passaram a se endividar em dólar. Para diversificar os negócios e a produção, endividaram-se em moeda estrangeira - 80% da dívida é em dólar. Aí, novos negócios: TV por assinatura, telefonia, Internet. A Globo, por exemplo, investiu na TV a cabo, investiu na TV por satélite, criou-se uma euforia por causa da abertura do mercado, do fim do monopólio estatal, atingindo o ápice com a privatização da Telebrás, em 1998. E diz aqui bem claramente o jornal Folha de São Paulo (Lê.): “As empresas apostaram no crescimento da economia e na estabilidade do câmbio, na segunda metade dos anos 90, e se endividaram em dólar...”. Diz ainda, analisando as causas (Lê.): “Antonio Teles,  consultor da Bandeirantes, diz que, além da fartura de recursos externos, a juros convidativos, havia a convicção de que a estabilidade do Plano Real e a paridade do dólar seriam para sempre”. “As empresas que arriscaram investir em TV por assinatura dizem que o governo, os bancos, os consultores, os investidores e elas próprias superestimaram o potencial do mercado brasileiro”. Ou seja, acreditaram no projeto neoliberal, investiram, procuraram desenvolver os negócios, prevendo um desenvolvimento econômico brasileiro que não houve nesse período, e aconteceu isto que os gráficos mostram: aumento da dívida, diminuição do emprego. E por isso, agora, essas empresas procuram, junto ao Governo Federal, recursos - é um debate e, realmente, esse debate existe - para resolver esse grave endividamento que elas estão metidas por conta do projeto neoliberal! Então, o Ver. Sebastião Melo, quando vem aqui falar em Proer, ele tem de contar a verdade, tem de falar a verdade: dizer que essas empresas se endividaram, porque apostaram no projeto neoliberal de Fernando Henrique, que ele tanto defendeu! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre Presidenta, Verª Margarete Moraes; Vice-Presidente, Ver. Elói Guimarães, na direção dos trabalhos no dia de hoje; Vereadoras, Vereadores, público que nos acompanha, eu tive sempre como lema, como trabalhador da Saúde, “Mais Saúde em Porto Alegre”. Eu trabalho na área há mais de vinte anos e, nesta semana, eu pude dizer que fiquei muito feliz com a determinação do nosso Prefeito Municipal sobre o Projeto Saúde Porto Alegre. Se nós observarmos, desde que o nosso Governo assumiu a Prefeitura, em 1989, quando tínhamos apenas onze Postos de Saúde, hoje temos 46 unidades de Saúde e mais 144 serviços em Saúde, demonstrou claramente com ações que Saúde é prioridade. E, nesta semana, quando o nosso Prefeito, João Verle, e a nossa Secretária da Saúde, Sandra Fagundes, implementaram a idéia de “Mais Saúde em Porto Alegre”, nós podemos observar que, enquanto alguns Municípios do Interior, seus Prefeitos e alguns Deputados, por influência, têm a função ou simplesmente a idéia de que fazer Saúde é comprar ambulância ou mandar para Porto Alegre, nós temos uma outra pauta que é de fundamental importância: possibilitar que as pessoas cheguem ao serviço de saúde, fazendo com que elas tenham o produto final desse atendimento, ou seja, a solução de seu problema.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Aldacir Oliboni, a agenda do dia de hoje mostra que ingressaram mais de 30 milhões de reais, vindos do Ministério da Saúde, em Porto Alegre. No mês de janeiro, segundo o balancete da Prefeitura, o que me impressionou profundamente, 36 milhões e 300 mil de reais deram entrada em Porto Alegre. E o Prefeito faz um belíssimo plano, para todo o ano, de 13 milhões de reais. Temos muito mais o que fazer na Saúde, e eu sei que V. Exª é preocupado com isso.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Por favor, Vereador, o seu tempo está encerrado.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre Presidente, para poder encerrar. Então, o meu raciocínio... Com o aparte que dei ao Ver. João Dib, eu não pude aqui discorrer sobre o Projeto estratégico do Governo, mas voltarei para falar até porque ele é de extrema importância não só para a ampliação do quadro de servidores, mas principalmente para a ampliação dos serviços em Porto Alegre, que são muitos e que, ao longo do ano, teremos condições de divulgar. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Beto Moesch está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. BETO MOESCH: Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, prestigia este Plenário Katia Vasconcellos Monteiro, que preside o Núcleo Amigos da Terra Brasil, entidade da qual com muito orgulho sou associado e que vem fazendo um trabalho de décadas em defesa do meio ambiente em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, Brasil e no mundo afora.

O tema que nos traz hoje à tribuna, quase como sempre, é o tema ambiental. Todos sabem o quanto nós nos dedicamos para tentar despoluir o Guaíba, não só o Guaíba como todos os arroios que chegam ao Guaíba. Tão importante quanto recuperarmos o Guaíba são os 29 arroios que circundam a Cidade de Porto Alegre e que chegam no Guaíba. E nesses arroios ou no entorno deles existem pessoas morando, quase todas de baixa renda e que são afetadas diretamente pela poluição desses respectivos recursos hídricos.

Estamos na Campanha da Fraternidade cujo tema é justamente Água, Fonte de Vida. E justamente em março do ano passado, quando presidíamos a Comissão de Saúde e Meio Ambiente, nós fomos a Belém Novo para entender como que a Prefeitura havia alardeado aos quatro ventos que era possível banhar-se no Guaíba, e, um mês e meio depois, veio a interdição das respectivas praias de Belém Novo. Então, nós entendemos, na Audiência Pública, aquilo que já sabíamos, mas externamos à população que às vezes é possível banhar-se no Lami e Belém Novo e às vezes não. Depende do dia, depende das correntes, dos ventos, se está chovendo ou não. Porque o Guaíba, infelizmente, continua muito poluído. E o tratamento localizado nas baías do Guaíba pode, dependendo do dia, fazer com que nós possamos nos banhar no Guaíba. Isso tem de ficar muito claro à população, porque, Ver. Pedro Américo Leal, isso é muito técnico. Não é fácil entender isso. Mas nós temos de, insistentemente, colocar isso para a população. O Ministério Público abriu inquérito civil justamente porque entendeu que a Prefeitura não poderia ter alardeado daquela maneira que era possível tomar banho sem dizer: “Esperem lá! Hoje é possível tomar banho, mas amanhã talvez não se possa tomar banho”.

Mas quero aqui destacar que, em Belém Novo, há uma estação de tratamento de esgoto. Isso é um fato positivo. Nós estivemos lá visitando, assim como visitamos todas as estações de tratamento de esgoto de Porto Alegre, para justamente dar o nosso apoio a isso. Entendemos que nós tratamos ainda muito pouco os esgotos da Cidade de Porto Alegre; apenas 25% do cloacal, só que o pluvial não é tratado e recebe o cloacal. Portanto, esse percentual também talvez tenha de ser melhor debatido.

O que interessa aqui é que nós voltamos a trabalhar esse assunto em dezembro do ano passado, quando entendemos que, além das placas indicativas, funcionários da Prefeitura deveriam estar em Belém Novo e Lami para orientar as pessoas. Belém Novo ficou aberto todo o verão, janeiro e fevereiro, e, na semana passada, quando terminou o veraneio, o que aconteceu? Interditaram novamente a praia de Belém Novo. A única coisa que eu coloquei foi o fato de estranhar que, justamente encerrado o veraneio, se interditam as praias de Belém Novo. Por que isso não aconteceu no dia 15 de fevereiro, por exemplo, quando havia seca e estiagem também, que é a justificativa de as algas se proliferarem? A resposta do Secretário Dieter, com quem conversamos ainda agora, é de que eu estaria fazendo politicagem. Nós não estamos fazendo politicagem. Lamento a manifestação da Secretaria, porque nós estamos é tentando colocar em pauta um assunto tão relevante.

 

O Sr. Pedro Américo Leal: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Beto Moesch, V. Exª é uma autoridade, embora possa não reconhecer pela sua mocidade, mas é um estudioso e é um homem versado nesse assunto, o que nós aqui não somos. Até o Prefeito se banhou e, parece-me, o Secretário de Estado o acompanhou, quer dizer, eles não estavam brincando, desconheciam o que estavam fazendo. Então, V. Exª deveria alertar a todos nós a verdade, qual é o perigo, porque os banhos podem, de repente, não ser aconselháveis.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Por favor, Vereador, o seu tempo está encerrado.

 

O SR. BETO MOESCH: Para encerrar, Srª Presidente, eu gostaria de colocar, já havia falado com o Ver. Carlos Pestana, que nós levamos isso muito a sério - tenho comprovado a seriedade nesse assunto - e lamentamos o adjetivo usado e a pessoalização do Secretário Dieter em resposta ao que levantei com relação à balneabilidade no Guaíba. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. João Batista Pirulito está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. JOÃO BATISTA PIRULITO: Srª Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores que nos acompanham aqui no plenário e pela TVCâmara, ocupo este espaço de Comunicações, desta tribuna, para falar de uma pessoa que admiro, uma pessoa lutadora, que luta pelo povo, uma pessoa honesta, simples e amiga, uma pessoa que sempre me apoiou na política e é uma liderança do meu Partido, meu amigo particular e amigo de todas as pessoas, o Deputado Federal Beto Albuquerque. Para mim, Ver. Antonio Losada, é um prazer ter no Partido uma pessoa que foi mencionada, numa publicação de um grande jornal aqui do Rio Grande do Sul, por meio de uma pesquisa, desta forma: “Beto foi o gaúcho mais assíduo em presença na Câmara Federal”. Então, para nós, do PSB, Ver. Carlos Pestana, é um prazer, um orgulho ter um político que, lá em Brasília, é Vice-Líder do Governo Lula, um Governo que eu apóio, que eu acho que é sério. E sendo Lula um Governo sério, tem também um Vice-Líder muito sério, que é o Deputado Federal Beto Albuquerque, o qual, provavelmente, um dia será Prefeito desta Capital.

Eu queria aproveitar para comunicar que hoje é o último dia que estou nesta Casa substituindo o Ver. Carlos Alberto Garcia, liderança do PSB, e dizer que eu tenho vontade, Ver. Antonio Losada, de voltar o ano que vem para cumprir uma obrigação que tenho com o povo da Zona Norte, com o povo de Porto Alegre. (Pausa.) Eu tenho dificuldade de falar das pessoas mais simples, das pessoas que passam trabalho. Quanto a isso, nós podemos, hoje, agradecer à Frente Popular pela construção do sambódromo de  Porto Alegre. Deixo bem claro, por meio da TVCâmara, que nós vamos, eu e outros Vereadores, reivindicar, se Deus quiser, o espaço que vai existir, fora da época de carnaval, na Zona Norte.

Para  todos os amigos aqui e às pessoas que estão assistindo, aos Vereadores, ao meu amigo Haroldo de Souza, grande Vereador, grande comunicador, quero deixar um abraço. E, se não voltar este ano, provavelmente voltarei no ano que vem, vou fazer força. Gostaria de agradecer, também, ao Ver. Pedro Américo Leal, ao Ver. João Antonio Dib. Não estou me despedindo, mas quero deixar aqui o meu abraço a todo o pessoal, à assessoria; logo vão começar as campanhas. Um abraço para o Albano, para a Sandra, da qual não esqueço, porque tem o nome da minha esposa.

Neste período de Comunicações, aproveito para dizer que estou sempre lutando pelo povo mais fraco, mais oprimido, e aqueles que estão bem de vida são meus amigos.

 

O Sr. Pedro Américo Leal: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Pirulito, certa vez, na Câmara Federal, quando ela ficava no Rio de Janeiro, num dos apartes grandiosos que deu o grande Humberto de Campos, ele disse a um orador que estava na tribuna, como está V. Exª, espalhando modéstia e simplicidade, o seguinte: “V. Exª devia ter, da própria modéstia, o recato que alguns daqui desta Casa deviam ter da própria ignorância”. Faço minhas as palavras de Humberto de Campos, dizendo que V. Exª não se está despedindo; está-se anunciando: “Vai vir o Pirulito por aí; abram alas!”

 

O SR. JOÃO BATISTA PIRULITO: Muito obrigado, Vereador; obrigado a todas as pessoas e aos Vereadores.

 

O Sr. Haroldo De Souza: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Pirulito, eu queria, simplesmente, te dar um beijo no coração e dizer que gostaria muito que todas as Casas Parlamentares tivessem pessoas que fossem feitas de coração e não três pontinhos. Um abraço para você. Estamos esperando por você no ano que vem.

 

O SR. JOÃO BATISTA PIRULITO: Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Carlos Pestana está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. CARLOS PESTANA: Srª Presidenta, Verª Margarete Moraes; demais Vereadores e Vereadoras desta Casa, venho a esta tribuna para registrar algumas notícias que, infelizmente, não se publicam nos jornais do nosso Estado e que, penso, são de extrema relevância pelas conseqüências e pelos desdobramentos que têm na nossa Cidade.

Veja, Ver. Raul Carrion, o senhor que é, como eu, uma pessoa interessada nas questões referentes à política habitacional: a Folha de São Paulo, de domingo, apresentou um estudo sobre os problemas habitacionais do nosso País. Para surpresa de alguns, mas, certamente, não para surpresa nossa, Porto Alegre apareceu como a Cidade mais bem colocada do ponto de vista da solução dos problemas referentes ao déficit habitacional. A Cidade que tem a mais baixa carência habitacional do País é Porto Alegre. Não é um estudo feito pelo PT, não é um estudo feito pela Prefeitura, mas um estudo feito e publicado pela Folha de São Paulo. E eu fico surpreso, porque essa não é a primeira vez, Ver. Raul Carrion. Já em 1999, com base nos índices do IBGE, já constatava, com uma comparação de 1991 para 1999, que a Cidade que mais havia evoluído na questão de uma política habitacional era Porto Alegre. Infelizmente, nesses 16 anos de Administração Popular, eu não tive o prazer e o privilégio de ver esse reconhecimento nos jornais aqui do nosso Estado. Ao contrário, constantemente somos criticados por falta de iniciativas. Pois bem, uma Prefeitura que, nesses anos todos, praticamente assumiu sozinha a questão habitacional, embora seja competência do Município, Estado e União, consegue ter esse destaque.

 

O Sr. Raul Carrion: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Rapidamente, corroborando o que V. Exª diz, inclusive recordo que, nesse sábado, serão entregues mais 222 casas lá na Entrada da Cidade, dentro do grande programa de recuperação dessa região, ali na Dona Teodora, mostrando que a Frente Popular, com as suas limitações de recursos, está fazendo um trabalho sério. Em compensação - até hoje eu falarei no meu tempo de Liderança -, a questão da Atilio Supertti depende, para ser solucionada, de uma decisão concreta da compra da área. Já estando garantido o dinheiro do PSH pelo Governo Federal, garantida a infra-estrutura pelo Município, até hoje, com o risco de despejo, o Governo do Estado não adquiriu essa área.

 

O SR. CARLOS PESTANA: O que chama a atenção, Ver. Raul Carrion - e eu ainda tenho aqui presente -, é que há um ano e dois meses o Secretário veio a esta Casa, comprometeu-se junto à comunidade, junto à Comissão, disse que, se dependesse dele, da Secretaria do seu Governo, ele certamente resolveria esse problema num breve espaço de tempo. Faz mais de 14 meses, e sequer conseguiram comprar uma área.

Mas eu acho que o destaque que Porto Alegre tem - e isso, de certa forma, justifica por que é que nós governamos esta Cidade já por 16 anos e certamente continuaremos governando esta Cidade por duas décadas - vem de outra matéria do dia de hoje da Folha de São Paulo, onde se coloca a seguinte chamada: “Porto Alegre se Revigora”. Eu vou ler, Ver. João Antonio Dib, que é um profundo conhecedor da nossa Cidade, um pequeno trecho da reportagem que sintetiza bem o sentimento e o orgulho que nós temos aqui de estar administrando esta Cidade por mais de 16 anos: (Lê.): “Porto Alegre exibe ainda um dos maiores índices de desenvolvimento humano que combina indicadores com acesso à saúde, ao conhecimento e aos recursos financeiros. Assim, se você quiser fugir da confusão das megacidades e aproveitar uma grande Cidade, programar uma visita à Capital gaúcha, pode ter uma grande surpresa”. Esse é o sentimento que a gente vê reproduzido num jornal de grande circulação do País, mas nem sempre ou poucas vezes os nossos meios de comunicação dão essa mesma dimensão, essa mesma importância ao trabalho, à política que vem sendo desenvolvida na nossa Cidade. Eu queria fazer este registro e espero que, daqui para frente, também os nossos meios de comunicação dêem o destaque que alguns jornais do centro do País já estão dando, há algum tempo, de reconhecimento à qualidade de vida e ao desenvolvimento que tem a nossa Capital.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL (Requerimento): Srª Presidenta, desejo registrar um voto de pesar pelo passamento, no sábado de carnaval - por isso nós desconhecemos os fatos, pois se processaram num tumulto -, o Dr. Favorino Bastos Mércio, que foi Chefe da Casa Civil do Governo deste Estado, Procurador, Promotor deste Estado, Deputado Estadual, Ministro do Tribunal de Contas de Porto Alegre e Ministro interino da Educação e Cultura. Na verdade, um homem de grande valor que se foi, levado pelo tumulto do carnaval, e nós não pudemos fazer o nosso voto de pesar, mas quero deixar registrado que o Dr. Favorino tem a nossa grande e profunda tristeza pelo passamento.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): A Mesa acata a proposta de um minuto de silêncio em homenagem ao passamento do Dr. Favorino Bastos Mércio.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

O Ver. Elói Guimarães está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Cassiá Carpes.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, nós já tínhamos chamado a atenção para a competência política do Governo da República em desviar o foco da crise utilizando-se de uma decisão que, salvo melhor juízo, representa uma verdadeira crise no sistema empregatício do País, que são as casas, enfim, os bingos, etc. e tal. Ao meu juízo, Srª Presidenta e Srs. Vereadores, não poderia ter sido mais infeliz o Presidente da República em tomar a medida que tomou, porque estão aí os movimentos nacionais. Em nossa Capital, se andarmos aqui no Centro de Porto Alegre, no entorno do Largo Glênio Peres, vemos ali pessoas com faixas, cartazes; e um cartaz chamou-me a atenção, que é expressão, sim, da absoluta verdade. Diz assim o cartaz: “Agradecemos ao Presidente, a quem arrumamos emprego, pelo nosso desemprego”; é um dos cartazes dentre outros tantos. Há uma grande mobilização concentrada em Brasília.

Não era hora, parece-me, de se discutir a questão moral do jogo, se o jogo deve existir, não deve existir, porque estava instalada uma grande rede de bingos, de casas de bingo. E devo dizer a V. Exªs que não conheço donos de casas de bingo. Duas vezes estive em casa de bingo, duas vezes, Ver. Haroldo de Souza. E não estou aqui incriminando quem vai às casas de bingos, porque afinal de contas, há tantas variedades de jogo, as loterias, por exemplo. Então, vão fechar as loterias.

Busca-se o fechamento desses estabelecimentos para se desviar a crise. Essa é toda a verdade. É a absoluta verdade. O Governo utiliza um instrumento, um mecanismo altamente inteligente e desvia a crise. Crise que se dá no interior do seu Governo, e não a enfrenta; o Governo não enfrenta a crise. E o Governo renega, o seu Partido renega o instrumento que foi cavalo de batalha ao longo da história do Partido dos Trabalhadores, que era a investigação. Qualquer coisa investigava: CPI para cá, CPI para lá. Essa foi a tônica do Partido dos Trabalhadores, era o primeiro a saltar à frente pedindo CPI, e aí vieram todos aqueles episódios dos caras-pintadas, inclusive, por fatos, acontecimentos que têm semelhança com a crise ora instalada no País.

Então, Srª Presidente, Srs. Vereadores, do ponto de vista econômico, do ponto de vista do emprego, é uma tragédia a decisão, é a mesma coisa que aquele que, tendo utilizado uma faca, cometeu um homicídio, então vem o Governo: “Fechem-se as indústrias e fábricas de facas no País, porque a faca serviu de instrumento.” A mesma medida, a mesma decisão.

 

O Sr. Darci Campani: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Só para ficar registrado, eu gostaria que o Vereador citasse as CPIs que o PT solicitou, porque uma informação repetida tantas vezes, às vezes, passa a ser admitida como uma verdade. Que eu saiba, todas as CPIs que o PT pediu sempre tiveram o apoio do PDT, também.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: No Congresso Nacional, foram 16. Só no Congresso Nacional. Dezesseis no Congresso Nacional. Bom, quando o fato é notório e é óbvio, não precisa prova. Renegar-se que o PT foi o grande baluarte nas CPIs no País é o notório e absoluto. Obrigado, Srª Presidente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Ervino Besson está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Almerindo Filho.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Srª Presidenta, para uma consulta: eu assumi, há pouco, a Liderança do PDT e, na próxima terça-feira, devo assumir a Liderança das Oposições. E havia uma norma, na Casa, de que cada Bancada poderia ter um assessor em plenário. Gostaria de saber se essa norma, criada anteriormente, ainda está valendo ou se posso ter mais de um assessor em plenário, assim como as outras Bancadas têm.

 

O SR. ERVINO BESSON: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhores que nos assistem pela TVCâmara, os que nos assistem nas galerias, quero saudar a todos. Em primeiro lugar, quero agradecer ao colega Ver. Almerindo Filho, que me concedeu seu tempo no período de Comunicações no dia de hoje.

Quero fazer aqui alguns registros. O primeiro deles é de que se findou mais um veraneio no nosso Litoral, e queria destacar, aqui, a Cavalgada do Mar, os nossos cavaleiros, Ver. Elói Guimarães, V. Exª que estava presente na cavalgada, que hoje tem uma grande representação no nosso Litoral. Sem dúvida nenhuma, hoje, a cavalgada faz parte do  calendário turístico do Rio Grande do Sul. E, em breve, a Cavalgada do Mar, destacada não só aqui no Rio Grande, mas também fora do Estado e em outros países, vai participar do livro dos recordes, tal a sua influência na nossa cultura. Hoje já é tradição no nosso Litoral.

Quero também saudar o Secretário de Turismo, o Deputado Lara, pois fui prontamente atendido por ele e obtive o apoio da Secretaria. Faço este registro com muita alegria nesta Casa, que é a Casa do Povo. Quero destacar o trabalho do Vilmar Homero, grande líder, um homem que tem uma história neste Rio Grande, que levou, alto e bom som, o nome do nosso Banco do Rio Grande, ao longo dos anos, e também não esqueceu das tradições e hoje é uma das pessoas que lideram essa Cavalgada do Mar, juntamente com o Armando. Ao citar essas duas pessoas, eu quero prestar, em nome desta Casa, uma homenagem a toda essa equipe e a todas essas entidades, esses piquetes, enfim, a todas essas pessoas que se envolveram na Cavalgada do Mar. Portanto, fica aqui o nosso agradecimento e o nosso reconhecimento, sem dúvida nenhuma, em nome da Casa.

Eu não poderia, aqui, deixar de destacar o trabalho da nossa Brigada Militar, os nossos salva-vidas. Nós freqüentamos também, nos finais de semana, o Litoral Norte, e deu para sentir das pessoas...ouvindo as pessoas falarem de uma forma muito carinhosa, destacarem o trabalho, o acompanhamento dos nossos salva-vidas, da nossa Brigada Militar. Fica aqui também este registro e o reconhecimento.

O lema deste ano da Campanha da Fraternidade trata da água; esse precioso líquido que é a água. E nós podemos acompanhar, acho que as pessoas que assistem nos jornais, na imprensa, meu caro Ver. Elói Guimarães, o que está acontecendo, em alguns locais, com a água. Nós temos de estar atentos, porque poderemos, no futuro, e num futuro não tão longe, ter problemas muito sérios com a água. Então, nós temos de ter consciência, nós temos inclusive de alertar os nossos jovens no sentido de que temos, sim, de preservar esse líquido tão precioso que é a água. No futuro talvez... Em alguns locais, hoje, já há problemas com a água. Há alguns locais em que o valor da água supera até o valor do petróleo. E a Campanha da Fraternidade, muito habilmente, hoje lança esse lema da água. Vamos cuidar da nossa água.

Tenho recebido várias pessoas, principalmente da Zona Sul de Porto Alegre, reclamando da qualidade da água, do gosto da água, do cheiro da água naquela região. E eu, ontem, fiz um contato com o competente Diretor do DMAE, Todeschini, eu disse a ele que faria um pronunciamento desta tribuna - e ele me tranqüilizou no sentido de que eu o fizesse -, pois, apesar de a água ter um gosto ruim, ter um cheiro extremamente forte, a água não faz mal à saúde. Isso tudo está ocorrendo  porque há um problema relacionado às algas, está acontecendo isso porque o rio Guaíba, por falta de chuva, está baixo; então há gosto e cheiro nessa água em virtude disso. Esse é o problema. Mas o DMAE está tomando algumas providências para aliviar o problema do cheiro da água. Portanto, fica aqui este registro, minha cara Presidenta.

Para encerrar, em nome da Bancada do PDT, quero parabenizar o nosso querido jornalista desta Casa, Adroaldo, que estava de aniversário no dia de ontem. Muito obrigada, Srª Presidenta.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Encerrado o período de Comunicações.

O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Exma Verª Margarete Moraes, Presidenta desta Casa; demais Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, todos que acompanham os trabalhos aqui ou nas suas casas também, eu queria começar - não era a intenção da minha fala, mas tratando rapidamente das opiniões expressas aqui pelo Ver. Elói Guimarães no sentido de que deve ser levada adiante essa CPI, etc. - dizendo simplesmente que, primeiro, a orientação do seu próprio Partido é no sentido de que descabe essa CPI por falta de objetividade. E mais ainda: as manifestações, de anteontem, daquele Senador do PDT, Almeida Lima, que prometeu denúncias fantásticas, bombásticas que iriam desestabilizar o Ministro José Dirceu foram o maior fiasco, Ver. Campani, que o Senado e o Congresso Nacional já viram. Passou a ser chamado Senador Darlene. E o próprio Senador ACM chegou a dizer que a montanha sequer pariu um rato. Mais do que isso: aqui, o Zé Vicente Brizola, que também fez um depoimento de nove horas - está estampado nos jornais - e não apresentou prova nenhuma, indicou os caminhos para que busquem as provas. Mas estão brincando neste País? Procurando desestabilizar um Governo com falsas acusações, com levianas acusações? Então, eu queria dizer que sou solidário com o seu  Partido, Ver. Elói Guimarães. Nós estamos aí para fazer um trabalho sério, não para fazer politicagem no Congresso Nacional ou nesta Casa, em cima de denúncias levianas.

Eu queria, rapidamente, também dizer que nós ainda ontem fizemos contato com o Ministério Público Estadual, com a Assembléia Legislativa para saber a situação da Rua Atilio Supertti. Corremos o risco de um despejo no dia 10 ou 11, mas na última reunião da Assembléia ficou claro e estabelecido que cabe ao Governo Estadual, Ver. Carlos Pestana - que vem acompanhando o caso -, a compra da terra. Se houver um despejo dessas famílias da Rua Atilio Supertti, deve ficar registrado aqui que será conseqüência da irresponsabilidade do Governo Estadual. Veio aqui o seu Secretário e prometeu que assumiria o problema, mas, nas reuniões com a comunidade, dizia para tirarem a Câmara das negociações, para tirarem a Assembléia das negociações, que, se quisessem uma solução, ele daria a solução. Velha politicagem! Agora, estamos às vésperas do risco de um despejo e até hoje a terra prometida pelo Estado não apareceu. Esperamos uma solução breve.

Queremos dizer, também, que vemos de forma alvissareira a decisão do Tribunal de Justiça de ordenar o pagamento ao CPERS, aos professores, dos salários a que eles fazem jus. Não é possível tratar o servidor estadual como a última coisa nos pagamentos. Está-se pagando os empreiteiros, está-se fazendo concessão fiscal, Ver. Sebastião Melo, para os empresários e chega na hora do salário, não existe! Só nesse Erário que não! Nós queremos dizer que o Presidente Lula tem sido sensível, por meio do nosso Ministro Aldo Rebelo, fez todos os esforços para que sejam adiantados alguns pagamentos para o Governo do Estado. Aliás, é bom dizer que, se o Governo do Estado tem em haver 134 milhões de reais do INSS, que são dívidas de 1999 em diante, por sua parte, o Governo do Estado, Ver. Sebastião Melo, deve 197 milhões de reais. Mas o Governo Federal está relevando isso e está disposto a ajudar o Governo do Estado. Agora, é preciso, Ver. Sebastião Melo, que o Governo do Estado se ajude e, aqui, é preciso dizer que o Governo Rigotto retomou a guerra fiscal, que o Governo Rigotto, ainda em fevereiro, fez uma modificação no Fundopem, agravando a chamada renúncia fiscal, que, em setembro, na chamada farra de setembro, fizeram renúncia fiscal para 133 empresas, grandes empresas, 90% são grandes empresas, 1% do Parque Industrial - e vou concluir, minha Presidenta -, renunciando 3,6 bilhões de reais. Então, existe crise das finanças do Estado, que está sendo agravada por uma política de renúncia fiscal.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Por favor, Vereador, seu tempo está esgotado.

 

O SR. RAUL CARRION:  Eu concluo. Por isso, o Olívio, Ver. Zé Valdir, durante quatro anos, pagou em dia. E devido à renúncia fiscal, em menos de um ano, o Governo Rigotto já está às voltas com o não-pagamento do décimo terceiro, com o não-pagamento dos salários. Então, nós saudamos o Governo Lula, que está estendendo a mão ao Governo Rigotto, mas é preciso que o Governo Rigotto se ajude, acabando com a guerra fiscal e acabando com a renúncia fiscal. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Exma Srª Presidenta e Srs. Vereadores, a situação é grave, muito grave! Tanto que a Organização Internacional do Trabalho, a famosa OIT, estima que a economia, na América Latina, deva crescer em torno de 7% até 2015. E o Brasil? É a pergunta. O que vai acontecer com o Brasil? Vamos ter de reduzir o número de pobres e miseráveis. Mas como? São 60 milhões! Somos vítimas do despreparo, da falta de instrução, do impacto da informática e da globalização; há dez anos, acusei e avisei que iria acontecer, pois é o que está acontecendo. Como gerar empregos, se temos esse contingente de 60 milhões, sem instrução, gerados todos por acaso. Aconteceram numa noite, não sabem nem quem é o pai? Nem quem é o pai! Sem qualquer tipo de planejamento familiar. E estamos aqui discutindo, mas ninguém enfrenta isso. Por quê? Porque temem alguma coisa, ou o Governo ou a Igreja Católica.

O candidato Lula a Presidente da República prometera dez milhões de empregos, nunca mais falou nisso. Lula é um desempregado que não fala em emprego, pelo contrário, acaba de aumentar o número de desempregados, colocando meio milhão na fila dos dez milhões; agora temos dez milhões e meio! Refiro-me ao pessoal dos bingos, das máquinas elétricas, que devem e precisam ser controladas, mas não podem ser exterminadas. As lotecas... O Governo Federal patrocina o jogo e ninguém faz nada! Quem é o maior patrocinador de jogo aqui no País? É o Governo Federal: é bingo, é sena, é loteca, é o diabo!

A Reforma Previdenciária foi ditada pelo FMI e pelo Banco Mundial. Quem não sabe disso? E o PT engoliu, fez o dever de casa, como se diz na gíria, foi colocada goela abaixo dos dirigentes do País, a toque-de-caixa, a Reforma Previdenciária. E todas as reformas que saíram, vieram de supetão! Eles inventaram? Não! Foram impingidas pelos Estados Unidos!

Em 2003 o PIB caiu a - 2%, todos viram no jornal. O que é o PIB? A soma das riquezas geradas no País, é o indicador do desempenho da economia, que esbarrado pela construção civil e pelo consumo, bateu com os burros na água; o Brasil está pobre, miserável, batendo à porta das nações ricas, como elas querem. E o que o PT está fazendo? Onde está o PT, o salvador da pátria? A massa trabalhadora, em 2003, no Governo de Lula, caiu 13% em poder aquisitivo; a produção industrial, onde está o capital, só caiu 1%; o campo salvou o aspecto nacional, e nisto damos importância a Pratini de Moraes, do agora PP - muda tanto a sigla do Partido que até tenho de ter cuidado para não errar... Arena, eu gostaria de estar nesta tribuna representando a Arena e o PDS!

Pois as exportações alcançaram 21%, este Estado é o segundo mais exportador da União, e o Governador está lá, em Brasília, pedindo dinheiro - que tem direito - ao Governo Federal, e o Lula não dá...

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Por favor, Ver. Pedro Américo Leal, seu tempo está esgotado.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: E o Lula não dá! A situação é grave! Avisei isso e venho cobrar. A situação é grave! O que os senhores vão fazer? Oh, PT, o que é que vão fazer?! Até rima... PT, o que é que vão fazer?! PT, o que é que vão fazer?! PT o que é que vão fazer?!

(Revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Srª Presidente e Srs. Vereadores, há uma profunda preocupação com o anunciado fim da especialidade de ginecologia no Hospital Conceição. Nós estamos assustadíssimos com isso, porque é, inclusive, o maior serviço da Cidade de Porto Alegre! A proposta do Grupo Hospitalar Conceição é transferir todo o serviço de ginecologia para o Hospital Fêmina, que dizem estar ocioso. Mas tirar da Zona Norte o maior serviço, o de maior desenvoltura, o mais rápido, inclusive com emergência ginecológica e tudo mais dentro do Hospital? Esse serviço tem uma característica: ele precisa se coordenar com diversas especialidades, e todas essas especialidades estão no Hospital Conceição. Esse serviço precisa de tecnologia de ponta, de laboratório. Portanto, toda a tecnologia de ponta encontra-se no Hospital Conceição e não no Hospital Fêmina. Ao invés de desenvolver o serviço no Hospital Fêmina, eles estão terminando com o serviço do Hospital Conceição e passando para o Hospital Fêmina!

Isso vai ocasionar o caos nessa área, na Zona Norte de Porto Alegre. Por quê? Porque o serviço será transferido para o Hospital Fêmina, que tem, a menos de um quilômetro, o serviço do Hospital de Clínicas; a menos de um quilômetro, o serviço do Hospital Presidente Vargas; a menos de um quilômetro, o serviço de ginecologia da Santa Casa de Misericórdia. Por questões geográficas, há uma completa contra-indicação nessa mudança. Por questões técnicas e de assessoria, há uma completa contra-indicação dessa mudança. Por questões técnicas da própria especialidade, há uma completa contra-indicação na mudança desse serviço! Do ponto de vista de variações da especialidade e de prevenção do câncer ginecológico, do câncer de mama e de outras características da especialidade, há o melhor e mais estruturado serviço de Porto Alegre, acoplado, inclusive, a uma maternidade dentro do Hospital Conceição, que tem o que é indispensável para o funcionamento da ginecologia: uma UTI para as mães.

Então, essa nossa preocupação deverá ser debatida com a Direção do Hospital. Nós pedimos ao Diretor-Superintendente João Motta que compareça, ele, que conhece tanto esta Casa e, como Vereador, conhece tanto os problemas da Cidade, que venha para este Legislativo, por exemplo, numa Tribuna Popular ou num Comparecimento para debatermos aqui, porque tenho certeza de que essa idéia não deve progredir em função do desserviço que será para a população da Zona Norte de Porto Alegre, que tem um serviço modelar, para a população do Estado, que tem um serviço modelar, que tem uma das melhores formas de atendimento, inclusive emergência ginecológica e plantão 24 horas. Não há local em Porto Alegre que haja um serviço tão diferenciado como esse. E a passagem para o Hospital Fêmina seria desastrosa, isto é, em vez de terminar com o serviço de ginecologia do Hospital Conceição, que se deixe o Hospital Conceição como está e que se desenvolva, então, um serviço no Hospital Fêmina, que sempre foi, historicamente, um excelente serviço também. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Srª Presidenta, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, amigos que aqui estão e os que nos assistem pelo Canal 16, o parcelamento da folha do funcionalismo do Estado relativo ao mês de fevereiro, por parte do Governo Rigotto, escancara as dificuldades que todos nós estamos enfrentando. E não me venham com a história de Vereador estadual por estar falando nesse assunto. Eu moro em Porto Alegre, sou Vereador, e temos de falar das coisas do nosso Estado também. O PMDB, que chegou lá pelo voto, como todos chegam, encontrou cofres vazios, dívidas para pagar, nem mesmo o Governo Federal pagando o que nos deve é suficiente para equilibrar as nossas finanças. O Governador Rigotto esgotou todas as possibilidades visando a continuar honrando os compromissos de pagar em dia o funcionalismo. Foi impossível, tal a anarquia financeira deixada pelo Governo anterior, que não me interessa quem foi; passado, para mim, morre, interessa-me muito o presente, projetando o futuro. E essa herança assumida pelo Rigotto não vem só do PT, absolutamente, não! O Antônio Britto deixou o Estado em situação lamentável e foi uma bola de neve! Se vimos ao plenário falar do PT, e eles começam a sorrir e desdenhar, tudo bem. Não vamos resolver os problemas do Estado com crítica ao Governo que passou. Não, não, ele não é do meu Partido; a sociedade é que julga a atuação de um grupo no Governo, esta sociedade que escolheu um outro modelo de Governo, diante do muito falar e do pouco fazer daquele que passou.

O que resolve é pensar hoje, projetar o futuro deste Estado, acostumado que fui, antes de entrar na política, de ter o Rio Grande do Sul como um dos Estados exemplares dentro do contexto que forma a República Federativa do Brasil - e o Rio Grande do Sul precisa voltar a andar. A história do Rio Grande do Sul não foi feita única e exclusivamente pelo Partido dos Trabalhadores, não. O Partido dos Trabalhadores tem seus méritos, e como os têm, mas o Partido não foi mais aceito pelo povo do Rio Grande do Sul, povo que realmente julga as atuações políticas de todos nós. O Orçamento Participativo, o Estado não quis mais, e a Cidade de Porto Alegre também vai dizer que não o quer no dia 03 de outubro. Se o Partido dos Trabalhadores tem o Orçamento Participativo, então que agora aceite e respeite o jeito de governar do outro que tomou o seu lugar! Já foi o tempo em que o Partido falava e arrastava multidões com a bandeira da transparência e da ética, porque os fatos estão-se encarregando de mostrar uma cara bem diferente.

O Governador Germano Rigotto não correu a Brasília de pires na mão. Absolutamente, não! Ele foi buscar o que temos direito, pois, se o Estado cumpre com suas obrigações com a União, o Governo Federal tem obrigação moral de cumprir com seus compromissos financeiros com o Estado. O nosso Rio Grande do Sul paga, sim, mas precisa receber, por exemplo, dois bilhões e poucos de reais de repasse, Ver. Raul Carrion.

Sinceramente, eu não sei quem é mais sem-vergonha - não adianta depois dizer para eu retirar alguma coisa, porque já digo antecipadamente que não vou retirar -, mais antiético, mais mal-agradecido nessa história toda, nessas alianças feitas aqui e ali, se o Governo Federal, que procura auxílio do Senador José Sarney - infelizmente, do meu Partido, mas é um homem que não tem ética, nem transparência política, é Presidente do meu Partido, e aí? -, ou se o Senador José Sarney que aceita defender o Governo, que sempre o  atacou, o PT; se o Senador Antônio Carlos Magalhães, que deveria estar cuidando dos netos e dos baianos e baianas festeiros, que não têm muito compromisso com o trabalho, ou aqueles que sobem aqui na tribuna, mal-agradecidos, políticos profissionais, apenas defensores partidários, que tecem considerações críticas ao Governador que está no Palácio Piratini, lutando para tapar buracos, sim, de Administrações anteriores, repito, não só de vocês do PT, mas também do ex-Governador Antônio Britto.

Eu gostaria de falar um pouquinho mais, mas meu tempo já estourou e eu não gosto de ser indisciplinado. Eu prefiro, gente, um coração partido de dor e de tristeza, um coração partido, sim, de dor e de tristeza por encontrar o Rio Grande do Sul tão esfacelado, tão arrebentado pelas Administrações anteriores dos anos que vêm por aí a uma estrela que virou cometa. Tem rabo, sim, e como tem. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Srª Presidenta, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, eu continuo examinando exatamente este assunto, que é transcendental, que se dá com a crise brasileira, crise política, crise ética brasileira, redundou aí, sobrou - por assim dizer, na linguagem popular - para os bingos. É a velha história do mar, do rochedo e do marisco: sobrou para o marisco. O marisco, evidentemente, é exatamente aquele número de pessoas, funcionários e funcionárias que trabalham nessas casas, nos bingos deste País, são milhares e milhares de pessoas que têm ali a sua sobrevivência, o seu ganho, o pagamento da escola do filho, o pão nosso de cada dia. Pois bem, num talho de foice, essa relação se corta e joga-se uma multidão imensa, errante por este País, a gritar aos quatro cantos pedindo socorro. É gente que está pedindo pão. Quando se pede trabalho, pede-se pão, sobrevivência, aluguel da casa, leite para os filhos.

Então, parece-me, Srª Presidenta e Srs. Vereadores, uma decisão lamentável, que um Governo não poderia ter adotado. Até poderia, num espaço próprio, discutir-se se a economia deve ter uma parte do jogo ou não ter. Poder-se-ia fazer esta discussão pública: “Olha, não queremos jogo.” Mas toda uma rede, toda uma estrutura instalada, vivendo, sobrevivendo e tocando a roda da economia, da noite para o dia, é cortada a talho de facão. E está aí em Porto Alegre essa mobilização dos funcionários, em Brasília também. Essa foi uma decisão lamentável.

Até se espera que, num determinado momento, o Presidente da República se recolha aos recônditos da sua história - ele que tem uma história de vida -, recolha-se à sua própria história e diga: “Não, espera um pouquinho! Isso está errado. Isso foi mal adotado. Há gente sem emprego”. E retome, deixe funcionar. Se há falcatrua nos jogos, então que se regulamente, Ver. Pedro Américo Leal. Estão aí os países no mundo, estão aí os cassinos de Rivera, que estão superlotados, Ver. Antonio Losada. Os nossos cassinos aqui na fronteira, em Rivera, estão com uma demanda fantástica! É a informação que se tem.

Nós não podemos aceitar essa decisão! Foi uma decisão lamentável. Se foi inteligente no campo político, como estratégia, para desviar a atenção, mas, pelo amor de Deus, há gente desempregada pedindo socorro. É um emprego. Imagina a pessoa com prestações, com compromissos, aluguel de casa, pagamento da anuidade do filho, leite na mesa, pão na mesa, de repente é jogado às traças, como foi jogado. Nem se deu oportunidade do aviso prévio: “Olha, nós vamos romper com isso daqui tantos meses. Reorganizem-se”. Mas não. Simplesmente rompeu-se, numa decisão de Governo lamentável.

Então nós queremos deixar aqui consignado que se trata de uma decisão profundamente lamentável, jogando pessoas, famílias, chefes de família na rua da amargura, na rua da desgraça. Obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Carlos Pestana está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CARLOS PESTANA: Srª Presidente, Verª Margarete Moraes; demais Vereadores e Vereadoras desta Casa, estava ouvindo atentamente aqui os discursos dos que me antecederam, e é importante fazer alguns registros.

Na tribuna anterior, Ver. Pedro Américo Leal, eu já tinha trazido a esta Casa um artigo do então Governador Antônio Britto com a seguinte chamada: “Fim da dívida. Parabéns, Rio Grande”. Pois bem, tive oportunidade de acessar o site do Secretário da Fazenda e observo, Ver. Pedro Américo Leal, que nesse site fica muito claro que, na verdade, o Governo fez uma opção. Não é que a gente viva do passado, mas é importante entender o passado para compreender o que está acontecendo no presente. Nós no Governo do Estado e nós na Prefeitura, quando estamos em dificuldade financeira, temos uma opção. Qual é? Renegociamos com os fornecedores e com as empreiteiras para garantir o salário do servidor. O atual Secretário Michelucci, como fez no passado o então Secretário César Busatto, tem outra alternativa: prefere manter o pagamento das empreiteiras, mas atrasar os salários. E aí sou obrigado, aqui, a reproduzir a frase do Deputado do PT Flávio Koutzii: “Governo Rigotto, trabalhamos juntos, mas pagamos parcelado”. Não existe nenhum compromisso com o servidor público. Então, é lamentável que o Governo tenha feito essa opção, porque tem dinheiro para a Gerdau, tem dinheiro para a Souza Cruz, tem dinheiro para as empreiteiras, só não tem dinheiro para pagar o décimo terceiro salário do servidor e para pagar o salário do servidor. E nos entristece muito mais porque isso, de fato, foi constatado no próprio site da Secretaria da Fazenda; não é um problema de falta de recursos.

Também me causam estranheza aqui algumas falas. Vejam o Ver. Sebenelo: fala, fala sobre a questão da Saúde, mas até hoje, nesta tribuna, não o vi falar uma vez sequer sobre o maior corte de recursos que houve na Saúde neste Estado - 250 milhões de reais! O Governo do Estado cortou, na área da Saúde, 250 milhões de reais, e, em nenhum momento, durante esse período, ele faz qualquer tipo de comentário! Nada! Mas nem um comentário! Vejam bem, nenhum comentário! É impressionante! Ou seja, a mesma determinação que ele demonstra aqui para pleitear em nome da Saúde, justamente neste Governo, que é considerado, pelos  usuários da Saúde  -  pesquisa  realizada através do Ministério da Saúde  -, como o melhor sistema do País, sobre esse, ele tem um conjunto de críticas. Sobre o Governo que cortou 250 milhões de reais e cortou um conjunto de programas sociais, ele não faz nenhum comentário. Então, estranhamos essa postura... Não é pelo simples fato de que seja prejudicial para o Estado do Rio Grande do Sul.

Gostaria que este Governo tivesse a mesma determinação que tivemos, do ponto de vista da relação com os servidores públicos, ou seja, o mínimo que se espera é garantir o pagamento em dia, e nós alertávamos... Também já falei nesta tribuna sobre a discussão do teto, a discussão do reajuste para os altos salários do Executivo... “Não vai dar certo”, “Isso está equivocado”, “Vão faltar recursos”, “Essa política já fracassou no Estado”... Infelizmente, não nos ouviram. Agora, há uma crise, e alguns, de forma equivocada, ou tratando com uma certa esperteza política, tentam atribuir ao Governo Lula a responsabilidade disso, quando, na verdade, quem negociou essas dívidas, quem fez a opção para garantir o pagamento das empreiteiras em detrimento do servidor público foi este Governo, foi este modelo, foi essa lógica que há muito tempo vem fracassando no nosso Estado e que, infelizmente, o Governo Rigotto está reeditando.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1.ª SESSÃO

 

PROC. N.º 0310/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 038/02, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que concede o prêmio jurídico Otávio Francisco Caruso da Rocha ao Dr. Mathias Nagelstein.

 

PROC. N.º 0087/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 010/04, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que concede o Prêmio Gildo de Freitas ao Trovador, Cantor e Repentista Volmir Martins.

 

PROC. N.º 0088/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 011/04, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que concede o Prêmio de Cinema Eduardo Abelin ao Ator, Diretor e Produtor Werner Schünemann.

 

PROC. N.º 0096/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 016/04, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que concede o prêmio literário “Érico Veríssimo” ao Escritor David Coimbra.

 

PROC. N.º 0097/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 017/04, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que concede o Prêmio de Jornalismo Carmem da Silva à Comunicadora Magda Beatriz Rodrigues Alves.

 

PROC. N.º 0098/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 018/04, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que concede o prêmio artístico “Lupicínio Rodrigues” a Armandinho e Banda.

 

PROC. N.º 0104/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 024/04, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que concede a Comenda Pedro Weingärtner à Senhora Christina Balbão.

 

PROC. N.º 0111/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 029/04, de autoria da Verª Maria Celeste, que concede o Prêmio Francisco José Zaffari de Promoção e Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente ao Centro Social Marista de Porto Alegre (CESMAR).

 

PROC. N.º 0112/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 030/04, de autoria da Verª Maria Celeste, que concede o Prêmio de Cidadania e Direitos Humanos Herbert de Souza à Maria Berenice Dias.

 

PROC. N.º 0116/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 034/04, de autoria da Verª Maria Celeste, que concede o título honorífico de Líder Esportivo ao Senhor Fabio Carravetta.

 

PROC. N.º 0117/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 035/04, de autoria da Verª Maria Celeste, que concede o título honorífico de Líder Comunitário ao Senhor Gilberto Marques da Rosa.

 

PROC. N.º 0170/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 021/04, de autoria do Ver. Cassiá Carpes, que denomina Praça Jose Pereira Caetano um logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro Vila Nova.

 

PROC. N.º 0624/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 030/04, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que denomina Praça Tulio Medina Martins um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Jardim Carvalho.

 

PROC. N.º 0697/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 032/04, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que altera o art. 15 da Lei n.º 3.187, de 24 de outubro de 1968, e alterações posteriores, que estabelece normas para a exploração do Comércio Ambulante e dá outras providências.

 

2.ª SESSÃO

 

PROC. N.º 4129/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 244/03, de autoria da Verª Margarete Moraes, que institui uma placa em homenagem ao Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Sérgio Vieira de Mello. Com Emenda n.º 01.

 

PROC. N.º 7085/03 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N.º 015/03, que altera o regime urbanístico em área específica a ser observada na Área Especial de Interesse Institucional – Porto Seco – com gravame estabelecido pela Lei Complementar n.º 434, de 24 de dezembro de 1999 – PDDUA e regime urbanístico definido pela Lei Complementar n.º 324, de 31 de maio de 1994, e dá outras providências.

 

PROC. N.º 0025/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 001/04, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que concede o Prêmio Apito de Ouro ao Árbitro de Basquetebol Fernando Mabilde.

 

PROC. N.º 0069/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 007/04, de autoria da Verª Margarete Moraes, que concede o prêmio de teatro Qorpo Santo ao Grupo Teatral Teatro de Equipe.

 

PROC. N.º 0074/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 009/04, de autoria da Verª Margarete Moraes, que concede o prêmio de Artes Plásticas Iberê Camargo à Associação Rio-Grandense de Artes Plásticas Francisco Lisboa.

 

PROC. N.º 0079/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 009/04, de autoria da Verª Margarete Moraes, que inclui, no Calendário de Eventos Oficiais de Porto Alegre, o Dia Municipal da Doação de Sangue.

 

PROC. N.º 0080/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 010/04, de autoria da Verª Margarete Moraes, que inclui, no Calendário de Eventos Oficiais de Porto Alegre, a Festa da Rua, organizada pela comunidade judaica, no Bairro Bom Fim, e dá outras providências.

 

PROC. N.º 0084/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 014/04, de autoria da Verª Margarete Moraes, que institui o Salão Internacional de Desenho para Imprensa no Município de Porto Alegre e dá outras providências.

 

PROC. N.º 0106/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 026/04, de autoria do Ver. Zé Valdir, que concede o título honorífico de Líder Esportivo ao Professor Eli Danilo Thomé.

 

PROC. N.º 0115/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 033/04, de autoria da Verª Maria Celeste, que concede o título honorífico de Líder Comunitário ao Senhor João Carlos da Silva.

 

PROC. N.º 0123/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 037/04, de autoria do Ver. Beto Moesch, que concede o Prêmio Ecologista do Ano José Lutzenberger ao Senhor Augusto César Cunha Carneiro.

 

PROC. N.º 0156/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 043/04, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que concede o título honorífico de Líder Esportivo a Roberto Costa de Ávila, Mestre Tucano.

 

PROC. N.º 0157/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 044/04, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que concede o título honorífico de Esportista Exemplar ao Atleta Velocista Edemar Abegair Elias Melleu.

 

PROC. N.º 0158/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 045/04, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que concede o título honorífico de Honra ao Mérito Atlético à Professora Ilse Agostini.

 

PROC. N.º 0159/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 046/04, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que concede o título honorífico de Líder Comunitário a Aroldo Tadeu Freitas da Silva.

 

PROC. N.º 0187/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 047/04, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que concede o Prêmio de Ciência e Tecnologia Mário Schenberg à Dra. Maria Lúcia Zanotelli.

 

PROC. N.º 0270/04 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 049/04, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que concede o título honorífico de Líder Comunitário ao Senhor Alceu Rosa.

 

PROC. N.º 0560/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 004/04, que declara de utilidade pública o Grêmio Literário Castro Alves.

 

PROC. N.º 0561/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 005/04, que declara de utilidade pública a AACD - Associação de Assistência à Criança Deficiente.

 

PROC. N.º 0562/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 006/04, que declara de utilidade pública a Associação Beneficente Amurt Amurtel.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Há 34 Projetos em Pauta.

O Ver. João Antonio Dib  está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidente, Verª Margarete Moraes; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, meus senhores e minhas senhoras, na forma regimental, nós estamos vivendo a 8ª Sessão Ordinária nesta Sessão Legislativa - eu já pedi que fosse feita a correção; não foi feita; então eu, de vez em quando, devo lembrar.

Ontem nós não votamos nada, ou melhor, até ontem nós não votamos nada, porque, nas sete primeiras Sessões, nós não votamos nada, nada e nada! Mas hoje nós temos mais 14 Projetos em primeiro dia de Pauta. Desses, dez são para que se concedam Prêmios, para que se concedam homenagens, dois são para denominação de ruas e um é para uma alteração, proposta pelo Ver. Aldacir Oliboni, na Lei de ambulantes.

Quando nós fazemos leis, elas devem ser claras, precisas e concisas. O Vereador quer proteger floristas. Está certo o Vereador, não tenho contrariedade quanto a isso. Mas vejam como nós fazemos leis e leis. O que é o ambulante na Lei sobre a qual V. Exª se assenta para fazer o seu Projeto? (Lê.) “Considera-se Comércio Ambulante, para efeitos desta Lei” - que é a Lei nº 3.187 - “toda e qualquer forma de atividade lucrativa de caráter eventual ou transitório, que se exerça de maneira itinerante” - de maneira itinerante! - “nas vias ou logradouros públicos”. Itinerante! E aqui nós brigamos todos os dias sobre se “é ambulante” ou “não é ambulante”. Essa Lei é de autoria do ex-Vereador Alceu de Deus Collares e foi sendo modificada, modificada, e agora V. Exª também está querendo que aqueles que, por cinco anos, trabalharam como floristas tenham a oportunidade de receber a transferência do ponto em que estiver o florista.

 

O Sr. Aldacir Oliboni: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nós apenas estamos, vamos dizer assim, corrigindo a possibilidade de que os floristas também tenham um espaço com esse direito assegurado de que o herdeiro, isto é, o parente, quando o outro venha a faltar, possa, então, assumir a propriedade da exploração desse espaço, como é com os camelôs oficializados. É apenas um registro que possa regulamentar o espaço.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Nobre Vereador, eu disse que não era contrário; é humana a preocupação de V. Exª. Então, agora eu fiquei confuso. Na verdade, V. Exª está acrescentando o parágrafo 6º (Lê.): “Além do cônjuge/companheiro ou descendente, conforme consta no parágrafo anterior, também poderá ser feita a transferência da licença ao trabalhador que comprove vínculo funcional exclusivamente com o titular pelo período não inferior a 5 (cinco) anos.” Por isso é que eu digo: lei deve ser clara, precisa e concisa para que seja respeitada.

Nós começamos em cima da Lei de ambulantes. Ambulante é itinerante, e nós vamos fazendo leis, leis e mais leis. Mas já pedi que as leis fossem consolidadas. Eu não estou culpando ninguém. Quando estávamos na Prefeitura, nós montamos um sirel para que se pudesse fazer a consolidação das leis. Sobre transporte, há mais de uma centena de leis; sobre ambulantes, eu não sei quantas! Então, na verdade, nós, de repente, nos atrapalhamos. Mas também nós não votamos. E hoje há 35 Projetos na Ordem do Dia. Três deles são Vetos, todos eles impedindo que continue a votação, se não forem votados. Eu tenho impressão de que nós vamos ter um primeiro semestre muito tumultuado, porque outros Vetos vêm por aí também, e ontem, mais uma vez, nós não votamos; não sei por que se retiraram do plenário. Saúde e PAZ!

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para discutir a Pauta. Ausente. O Ver. Renato Guimarães está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Srª Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, há um conjunto de Projetos que entendo importante registrar. Eu começaria registrando, entre o conjunto de premiações, de títulos que a Casa dá, a premiação que a Verª Maria Celeste concede, na área de defesa dos direitos humanos da criança e do adolescente, à entidade conhecida por Cesmar, na Região Nordeste da Cidade, na comunidade do Timbaúva. O Cesmar é um Centro Social Marista envolvido num conjunto de atendimento na área social, comunitária, que tem uma atividade de grande relevância para aquela região da Cidade. Então, é um título de grande importância, uma lembrança de imenso valor desta Casa, da Vereadora.

Gostaria também de fazer o registro, aqui, de um Projeto de Lei do Executivo, que tramita, no sentido de alterar o regime urbanístico em uma área a ser observada na Área Especial de Interesse Institucional - Porto Seco -, transformando a destinação da área de atividade comercial para atividade de moradia. Todos nós sabemos que é uma intenção da Prefeitura, decidida pela Cidade em comum acordo com a Câmara de Vereadores, com os conselhos políticos, que, além da atividade central do Porto Seco, construída há muitos e muitos anos, a Prefeitura vem, com um complexo cultural e também com vários loteamentos que circulam o Porto Seco, apostando numa mudança, numa readequação do papel daquela região para a Cidade de Porto Alegre. Já se fez, aqui, menção de que a situação de localizar o complexo cultural da Cidade na região do Porto Seco vai trazer uma mudança estratégica para aquela região, uma mudança viária e também no sentido logístico, de fazer com que a Região Metropolitana, que envolve Alvorada, Gravataí, Cachoeirinha e outras, possa também ter acesso a um equipamento daquela ordem. O PLCE nº 015/03 prevê isso, prevê uma mudança do regime urbanístico de destinação comercial para destinação de moradia, para que possa haver loteamentos naquelas áreas que não são utilizadas hoje para esse fim, para trabalhar a questão de projetos habitacionais.

Ver. Aldacir Oliboni, de antemão, quero colocar à disposição de V. Exª o microfone, pois li o seu Projeto e tive o entendimento de que V. Exª quer, na realidade, que a gente adquira critérios mais justos para a classificação dos demais ambulantes, quando houver cancelamento ou fim da permissão para um tipo de ambulante na Região Central da Cidade. Entendo que, pela maneira que V. Exª muda a Lei, vamos deixar bem claro aqui, V. Exª está modificando uma legislação que é centralmente uma atividade dos Vereadores aqui: analisar a legislação e ver qual o limite dela. Portanto, acho que a sua iniciativa tem... Gostaria de lhe permitir um aparte a partir desta minha interpretação.

 

O Sr. Aldacir Oliboni: Nobre companheiro, Ver. Renato Guimarães, nós fomos procurados pelos floristas do Centro da Cidade, dizendo-nos que havia essa brecha: uma vez na falta desse que tem a permissão da banca, não há possibilidade de seguimento, porque ele não teria como repassar adiante para futuras pessoas que possam seguir com essa atividade. E nessa, incorpora-se até funcionários, porque, às vezes, ficam ali em torno de dez anos com a permissão. E assim poderiam continuar com a atividade.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Eu costumo sempre dizer, Vereador, que a diferença entre o Absolutismo e o Estado Moderno é a possibilidade que o Parlamento tem, no Estado Moderno, de construir regras para que os homens não decidam e as leis decidam. Portanto, a intenção de sua Lei vai nesse sentido.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Zé Valdir está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ZÉ VALDIR: Srª Presidente, Srs. Vereadores, nós temos em Pauta hoje, como já disse o Ver. João Antonio Dib, 34 Projetos, dos quais 32 são de declaração de utilidade pública, nome de rua e homenagens, um do Executivo - já abordei ontem - alterando o Plano Diretor e o outro é um Projeto do Ver. Aldacir Oliboni, que já foi abordado aqui também.

Dentre os Projetos em discussão neste período de Pauta, eu quero me referir a dois Projetos: o Projeto da Verª Margarete Moraes que inclui, no Calendário de Eventos Oficiais de Porto Alegre, a Festa da Rua. Essa é uma lembrança oportuna e muito importante para a Cidade de Porto Alegre. Eu me dediquei a ler a Justificativa do Projeto em que fica bem explicado o porquê da inclusão, no Calendário de Eventos Oficiais de Porto Alegre, dessa festa que se realiza já há 17 anos no Bairro Bom Fim. É uma festa promovida pela comunidade judaica, mas com sentido que extrapola a própria cultura judaica. O objetivo dessa festa, de um lado, é manter e divulgar a cultura judaica, mas de outro, também, é integrar as etnias. E é por isso que essa festa se realiza com exposições e participação das diversas culturas que compõem essa nossa cosmopolita Cidade de Porto Alegre e o Estado Rio Grande do Sul. Apresentam-se, durante a realização da festa, culturas de tradições alemãs, espanholas, árabes, italianas e, também, a cultura gaucha, a nossa cultura gaúcha, gauchesca, com um espaço tradicionalista. Portanto, ela é uma festa que também tem um sentido filantrópico, porque há, ali, cerca de 30, 40 barracas - já é uma tradição - de entidades filantrópicas e ONGs que têm o seu espaço nessa festa. Portanto, incluir essa festa, que já é tradicional no Bom Fim há 17 anos, no Calendário de Eventos Oficiais de Porto Alegre foi mais uma idéia muito oportuna, inteligente e brilhante da nossa Vereadora e Presidente Margarete Moraes.

Outro Projeto que eu gostaria de registrar, nesse curto espaço, é o Projeto de minha autoria, em que concedo o Título Honorífico de Líder Esportivo ao profissional da área de esportes, recreação e lazer, Professor Eli Danilo Thomé. O Professor Eli Danilo Thomé é um profissional da mais alta competência e de reconhecimento não só entre os seus colegas de trabalho, mas também, especialmente, entre a comunidade da nossa periferia. Hoje, ele é coordenador da Regional Noroeste da Secretaria Municipal de Esportes; não é do PT, acredito que nem tenha filiação partidária, é um profissional que se impõe pela sua dedicação, pela sua competência técnica, pela sua dedicação ao trabalho. Ele hoje atua  onde era o Cecaflor e faz um belíssimo trabalho junto com a população adolescente na área do esporte, fazendo um trabalho preventivo de resgate dos nossos jovens, da nossa infância e da nossa juventude. Inclusive, acolhe e dedica-se a trabalhar com os portadores de deficiência auditiva. Portanto, em relação a esse Título de Líder Esportivo, uma homenagem ao Professor Eli Danilo Thomé, acredito que seja uma oportunidade que esta Casa, por unanimidade, tem de homenagear um dos grandes cidadãos desta nossa Cidade; um Professor de alta competência técnica e reconhecida capacidade, muito bem quisto entre os seus colegas. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Dr. Goulart está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. DR. GOULART: Srª Presidenta da Câmara Vereadores, Verª Margarete Moraes; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, que coisa interessante que é o pensamento de quem dirige a Saúde, em qualquer nível, seja Municipal, Estadual ou Federal, mas principalmente da vertente do Partido dos Trabalhadores. A impressão que eu tenho é  que alguns assessores ficam sentados, pensando: “O que é que vamos fazer para incomodar?” - é essa a impressão que eu tenho -, “O que vamos fazer para atrapalhar?” E alguém diz: “Vamos por aí”. Está coberto de razão o Ver. Cláudio Sebenelo, coberto de razão. Por que motivo querem tirar o serviço de ginecologia cirúrgica e clínica do Hospital Conceição para o Hospital Fêmina? Qual é a vantagem que tem isso? Nenhuma vantagem tem isso!

O PT, quando entrou, já quis se preocupar e trocar a identidade social do Grupo Hospitalar Conceição. Trouxe o horror para os funcionários! Ficaram discutindo, discutindo, não chegaram a lugar nenhum, ficaram quietinhos, calaram a boca, e faz horas que não falam! Quis tirar um Posto de Saúde que há 22 anos está dentro do Hospital Conceição - apavorando os diabéticos, os hipertensos, os velhinhos que usam aquele posto. Falou, falou, falou ... Não fala mais! Ficou quieto!

Não quis aumentar o valor do dissídio dos funcionários, não quis aumentar! Ficou atrelado ao sindicato não sei de onde. A Justiça mandou fazer. Uma das poucas vezes em que a Justiça foi para o lado da Saúde e mandou fazer. Então, eles estão sempre pensando!

Agora, querem tirar o serviço de ginecologia do Hospital Conceição e colocar dentro do Hospital Fêmina. Vão tirar um continente desse tamanho para botar um conteúdo desse continente num continente menor, que vai extravasar para os lados, vai pular pela frente. “Ah, mas faltam horários de cirurgia que não são cumpridos no Fêmina.” Falta de administração e de  planejamento! Se está faltando, componha-se a situação do Hospital Fêmina e aumente-se o número de cirurgias. Mas trazer, novamente, todo o contingente da Zona Norte para o Centro da Cidade vai contra o princípio da descentralização da  Saúde!

Bacharel João Motta, pense nas mulheres do Sarandi, nas mulheres das regiões metropolitanas, vizinhas do Hospital Conceição, do pessoal do Cristo Redentor! Essas  mulheres vão ter de tomar dois ou três ônibus para chegar ao Hospital Fêmina. Que confusão está sendo feita dentro do Hospital Fêmina! Tiraram o serviço de menopausa e  climatério, que era uma jóia! Era um brinco do Hospital Fêmina. Tiraram! Tiraram o serviço de planejamento familiar. Estão tirando tudo! Agora, querem trazer todo o serviço de ginecologia, todos os cirurgiões.

E tem uma outra coisa muito grave: o Hospital Fêmina não levou adiante a UTI que o Ver. Cláudio Sebenelo botou lá, quando era Superintendente. Não tem UTI no Fêmina! E quem é do Grupo que vai operar as velhinhas diabéticas, com câncer de endométrio, de útero e câncer de mama? Tem de ser o Hospital Conceição, onde tem UTI, onde tem cardiologista todo o tempo; o Fêmina não tem cardiologista. Eles estão fazendo uma barbaridade, e os Vereadores do PT daqui têm de chamar o Bacharel e falar com o Bacharel que é o Superintendente João Motta, que já foi Vereador.

As velhinhas não vão poder se operar nesse serviço, porque carece de UTI, carece de cardiologista, de outros especialistas. Vão levar para o Hospital Fêmina, e o Fêmina vai mandar operar na PUC, no Hospital das Clínicas. Tem de falar com quem sabe, Bacharel. Bacharel não pode ficar resolvendo coisas que não sabe.

Não façam mais maldades para a Saúde de Porto Alegre, porque ela está muito magoada, ela está muito desapetrechada, descuidada, desorientada, e vai trazer agora 21, 20, 14, 17 ginecologistas do Hospital Conceição e enfiar dentro do Hospital Fêmina, sem planejamento, sem conversa adequada. Não é necessário. Não podemos abandonar as mulheres da Zona Norte, elas precisam do serviço do Hospital Conceição. Não podemos abandonar as mulheres doentes do Rio Grande do Sul, de Porto Alegre e da Região Metropolitana que não poderão se operar de seus males com cura do câncer ginecológico, do câncer de mama, porque essas doenças dão em mulheres mais velhas que são hipertensas, que são diabéticas, que têm outras doenças degenerativas da idade. Vão ficar sem se operar, porque o Hospital Fêmina não opera essas pacientes. Quando nós temos essas pacientes consultando conosco no Hospital Fêmina, nós pedimos para o Hospital Conceição operá-las, porque o Hospital Fêmina não pode operar. Que barbaridade! Interfiram, Vereadores, interfiram nisso.

Nós não podemos abandonar as mulheres da Zona Norte. Elas não têm de consultar no Hospital Fêmina, elas têm de consultar onde elas consultam há quarenta anos, que é no Hospital Conceição. Está coberto de razão o Ver. Cláudio Sebenelo quando se preocupa. Eu achava que, cada vez que eles pensassem, tinham de trazer pelo menos para a Comissão de Saúde para a gente discutir isso tudo. Tenho mais outras queixas para fazer para vocês, mas faço depois. Não mexam no serviço maravilhoso de ginecologia cirúrgica do câncer do Hospital Conceição.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Solicito ao 3º Secretário, Ver. Luiz Braz, para que apregoe uma comunicação do Prefeito João Verle.

 

O SR. 3º SECRETÁRIO (Luiz Braz): Ofício do Sr. Prefeito Municipal nº 111, comunicando que se ausentará no dia 05 de março para participar de atividades partidárias. A viagem será  sem ônus para o Executivo Municipal.

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta.          

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL:  Srª Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, eu gostaria de elogiar o Ver. Dr. Goulart por propor o Prêmio Jurídico Otávio Francisco Caruso da Rocha ao Dr. Mathias Nagelstein, uma figura importante no meio jurídico do nosso Estado e do nosso País, que, finalmente, vem sendo reconhecido por esta Câmara pelas mãos, pelo caminho do Projeto do Ver. Dr. Goulart.

E quero cumprimentar também a Verª Maria Celeste que propôs o Prêmio Francisco José Zaffari, de promoção e defesa dos direitos da criança e do adolescente, ao Centro Educacional Social Marista, o Cesmar. Realmente,  é um Prêmio merecido, porque o Centro Social Marista realiza um trabalho espetacular em defesa das crianças de toda a região pobre dali da Zona Norte, da Cohab Rubem Berta, das vilas pobres ao redor, da Vila Timbaúva, especialmente. Inclusive, o Centro Social Marista recebeu as crianças lá da Timbaúva, quando não existia escola municipal naquela região. Ela recebeu aproximadamente oitenta crianças do setor público, o qual  tinha essa obrigatoriedade de receber aquelas crianças, mas ainda a escola estava em construção. O Centro Social Marista, repito, faz um trabalho meritório para o futuro das nossas crianças, que são o futuro do nosso País.

E, quando eu elogio, fico também extremamente preocupado, porque o Executivo vetou um Projeto que arrecadaria recursos para a Assistência Social no Município. É impressionante - e nós vimos aqui na Câmara, e eu vejo nas visitas que faço - a miséria, o desemprego; agora tenho notícias de que aumentou novamente em Porto Alegre, meu caro Ver. Pedro Américo Leal, V. Exª que cuida muito da Segurança. Mas a miséria é causa, também, dos problemas de Segurança. E quando tristemente vejo o Prefeito vetar um Projeto que traria recursos para aplicar no Social, eu vejo que o Partido dos Trabalhadores perde o seu discurso de Partido que investe no Social.

Então, o Cesmar é uma ação social dos Irmãos Maristas em Porto Alegre, que também faz uma ação social importante lá na Ilha Grande dos Marinheiros, com um centro social e uma creche que atende às crianças com um carinho espetacular. Eu sou testemunha, porque visito seguidamente as obras dos Irmãos Maristas na nossa Capital. E esse Prêmio é de uma extrema importância e estimula a que se continue fazendo caridade e que se faça promoção dessas crianças.

Eu me lembro, Verª Maria Celeste, do Irmão Jaime Biasuz, a grande alegria dele. Faz dois anos que nós inauguramos essa sede, aqui, e existem muitas vidraças até em lugares mais baixos da sua construção. Pois, em dois anos, as crianças que jogam bola, que brincam aqui, não quebraram um vidro ainda. E eu vejo aquelas crianças todas, uniformizadas, e as suas roupas são lavadas lá no Centro Social Marista, é um trabalho espetacular que vale a pena ser visitado e esse Prêmio é extremamente bem merecido. Parabéns a Verª Maria Celeste por indicar esse Prêmio ao Cesmar.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, nós temos, com constância, ouvido uma crítica à Oposição nesta Casa, segundo a qual, de uns tempos para cá, estamos sistematicamente falando sobre assuntos de ordem nacional e esquecendo os assuntos relativos à nossa Cidade. Tenho sustentado, Ver. João Antonio Dib, que efetivamente todos os problemas dizem respeito ao nosso mandato popular, porque vivemos num País que se chama Brasil, num Estado que se chama Rio Grande do Sul, numa Cidade que se chama Porto Alegre, cuja parcela do povo nos concedeu essa procuração para representá-la neste Legislativo.

Hoje surge um assunto aqui na Casa que é um belo exemplo de como as coisas intercambiam com a esfera federal, estadual e municipal e já foi objeto de manifestações aqui na tribuna: a decisão de uma empresa federal importante que temos aqui em Porto Alegre - o Grupo Hospitalar Conceição - de, por razões até hoje não conhecidas, transferir o serviço de ginecologia, que há 40 anos é efetivado no Hospital Conceição, para o Hospital Fêmina, onde V. Exª atua,  Ver. Dr. Goulart. Eu não sou médico, mas tenho uma vivência nesta Cidade para saber que o trabalho feito pelo serviço de ginecologia lá no Hospital Conceição é uma referência ao longo do tempo, que ele é tanto melhor pela razão de estar envolvido num complexo que pode lhe dar apoio a toda hora, a todo momento, porque, diagnosticada ou suspeitada uma situação, há,  logo ali ao lado, os equipamentos necessários para fazer a plena identificação.

De outra banda, não podemos esquecer que, se tratando de um complexo, o Hospital Fêmina tem como se socorrer, está a 600 metros do Hospital Presidente Vargas, e, se quiser ir um pouco adiante, há todo o complexo da Santa Casa. Enquanto que na Zona Norte isso só pode ser feito, só é feito - não é só pode ser feito, só é feito - no Hospital Conceição, que hoje - alguém me corrija -, com o Hospital Lazarotto não funcionando, é o único hospital que há em toda a Zona Norte de Porto Alegre - que é a mais populosa.

Então, eu não sei que critério médico, técnico está presidindo essa inovação que se tenta dar. Certamente o Ver. Aldacir Oliboni, que é da área, deve conhecer as razões, e o Ver. Goulart, o Ver. Sebenelo, que são da área; eu não consigo entender! Geograficamente não resiste a uma análise de lógica. Em segundo lugar, por que é que eu vou mexer numa coisa que está funcionando bem há 40 anos? Por quê? Por que, Ver. Dr. Goulart? Não tem sentido! Há uma tradição, inclusive, desses exames mais rotineiros para identificação de uma das mazelas que tem o público feminino, que é o câncer de mama, nós sabemos que sistematicamente, não só a Zona Norte de Porto Alegre como Alvorada, Cachoeirinha, é ali que fazem a identificação e, lamentavelmente, com freqüência, registram-se casos positivos.

Por isso, Verª Presidente, eu gostaria, não em tom de crítica, até porque tenho muito apreço pelo ex-Vereador João Motta, meu colega por duas Legislaturas aqui nesta Casa, tivemos excelentes diálogos, grandes conversações, sempre entendi que ele era um homem de diálogo, de pô-lo à prova neste momento! Pô-lo à prova na melhor das intenções. Estou aqui trazendo um alertamento, que eu faço como contribuição, para que ele não consume um ato do qual poderá vir a se arrepender futuramente, por interromper a realização de uma atividade que, ao longo desses 40 anos, se realiza ali no Hospital Nossa Senhora da Conceição, e é motivo de reconhecimento público, é motivo de ser colocado inclusive como referência, nesse particular, de atendimento da Saúde Pública no Estado. Aliás, não seria nada de excepcional, porque o próprio Hospital Fêmina, para onde se pretende transferir, pertence ao complexo do Grupo Hospital Conceição e, por conseguinte, não houve essa...

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Conclua, Vereador, por favor.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Vou concluir, Vereadora, apesar da veemência que eu tenho que dar no tempo, eu concluo concitando publicamente o ilustre Diretor-Superintendente do Grupo Hospitalar Conceição, ex-Vereador João Motta, para que ele repense essa decisão e, se possível, visando o interesse público, a suspenda, porque o bom é que continue a funcionar o que já funciona bem lá na Zona Norte de Porto Alegre.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Sr. João Batista Pirulito está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO BATISTA PIRULITO: Srª Presidenta desta Casa, Sr. Secretário e amigo, Ver. Luiz Braz, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, senhoras e senhores que nos assistem pela TVCâmara, senhores e senhoras presentes neste plenário, eu não deixaria  passar, Ver. João Antonio Dib, o dia 08 de março sem parabenizar e dar um abraço fraternal, um beijo de carinho em todas as mulheres do Rio Grande do Sul e, por conseqüência, nas mulheres desta Casa. Provavelmente eu não esteja aqui no dia 08 de março, mas já estou deixando registrado nos Anais, na história desta Casa, um abraço pelo Dia Internacional da Mulher.

Em especial, gostaria de dar aquele abraço fraternal, grande, à companheira do meu Partido, companheira socialista de nome Maria Odete Bento, que assumirá, no dia 08 de março, como Conselheira Municipal dos Direitos da Mulher. Também aquele abraço fraternal e forte à minha amiga Rosa Garcia, hoje Vice-Presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher. E, em especial também, à companheira Mari Machado, Secretária Nacional de Mulheres Socialistas do PSB, que hoje tem a chefia do Gabinete do Ministro Alexandre Cardoso, do Ministério da Ciência e Tecnologia do Governo Lula.

Então, Ver. Antonio Losada, acho que, se este Brasil, este mundo fosse governado pelas mulheres, nós teríamos um mundo muito melhor e mais fraterno. Então, eu gostaria de deixar marcada nesta Casa esta homenagem e mandar para todas as mulheres do Brasil aquele beijo carinhoso e fraternal, desejar a todas as mulheres que aproveitem muitos e muitos anos de sua vida e que um dia possam deixar o mundo um pouquinho melhor do que é. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra para discutir a Pauta. Desiste. O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre Presidente desta Casa, Verª Margarete Moraes; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, aproveito o espaço para poder explicar melhor um dos Projetos que está em Pauta no dia de hoje e elogiar, também, vários Vereadores, dentre os quais, a Verª Maria Celeste, que dá um Prêmio ao Cesmar. O Cesmar, que faz um excelente trabalho, hoje e há muito tempo, na área social, é reconhecido por todos nós e merecedor desse Prêmio.

O Projeto que ora eu apresentei nesta Casa, com relação aos floristas de Porto Alegre,  tem sido discutido com o segmento. A Lei anterior possibilitava que o cônjuge ou o familiar direto poderia, apenas uma vez, ser o herdeiro, ser permissionário dessa atividade quando ele viesse a faltar. Pelo Projeto que ora nós apresentamos, ele não será herdeiro apenas uma vez, mas quantas vezes forem necessárias para que aquela família, que, por sua vez, depende desses serviços, possa continuar com essa atividade. Além disso, nós recebemos o relato de um empregado, de um funcionário, dizendo que está há 16 anos nessa atividade, nessa banca, e que continua exatamente porque... E a demanda dele é de que não há a possibilidade dos herdeiros, familiares diretos, dos cônjuges poderem assumir - até porque não tem. Então, nós estamos contemplando neste Projeto que, além de familiares, cônjuges, filhos, parentes, possa ser estendido ao empregado, após ele ter mais de cinco anos de comprovação da atividade nesse mesmo local. É apenas uma garantia, como foi feito no ano passado, quando da aprovação aqui do Projeto dos camelôs; uma vez regulamentados, que esses também possam ter acesso à possibilidade de continuar nesses serviços que são, sem dúvida nenhuma, um cartão postal para a Cidade. Quem não passou em frente de uma banca, onde se vendem flores, para perceber a importância que tem, não só pelo fato de, numa oportunidade específica, você poder entregar um presente a alguém, mas, principalmente, pelo visual que essas bancas de flores trazem para a Cidade? Nesse sentido, nós agradecemos e pedimos o apoio dos Pares. Obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Margarete Moraes): Encerrada a discussão de Pauta.

Não havendo quórum, estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 16h45min.)

 

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